31/07/2012

Choro olímpico



Não tem reação mais espontânea do que o choro, ainda mais quando falamos de Olimpíadas. Uns choram de emoção, outros por comoção e outros por decepção. Choramos emocionados com o espetáculo da abertura, choramos com o ouro de Sarah Menezes, choramos com a decepção da sul-coreana, eliminada na esgrima e com a brasileira Rafaela Silva, eliminada no judô. Uma manifestação que brota do mais espontâneo, seja para quem está competindo ou para quem está assistindo.

Podemos ver esporte o ano inteiro, mas nada mais importante do que os Jogos Olímpicos, a realização pessoal e profissional de um atleta. Só quem está competindo sabe o quanto é dura e sofrida a derrota e o quão feliz é a vitória, o sentimento de ver o brilho da medalha, resplandecendo no peito.

Apesar do choro, uma vitória não tem aquele sabor amargo da derrota. Depois de anos trabalhando duro, chegar a uma competição tão importante e saber que saiu sem dar seu máximo, sem poder colocar em prática todos os ensinamentos é duro, é difícil. Impossível não chorar.

O choro é uma das reações que mais cativam o público, ainda mais sabendo que essas lágrimas são de uma espontaneidade tremenda, fazendo-nos chorar juntos com os – agora – heróis ou vilões olímpicos.

Por mais alegre que sejam os jogos, não há como não se emocionar. Choramos desde os primórdios e vamos continuar chorando, por tristezas e alegrias. Dentro de alguns dias, vamos chorar com o final dos jogos, aguardando ansiosamente o começo dos próximos, para novamente se emocionar com esse espetáculo do esporte.

30/07/2012

Múmias da arbitragem

A ideia de colocarem mais dois árbitros não resolveu em nada o futebol brasileiro. Quanto mais se joga, mais erros - grosseiros - vemos. Alguns vão tentar defendê-los usando o velho discurso da quantidade de câmeras, mas nem isso ajuda a minimizar. Alguns erros acontecem a menos de cinco metros de distância das "múmias" que ficam atrás dos gols. Mas o pior de tudo é que não podem fazer nenhum gesto. No máximo, uma comunicação através do rádio. E nem isso ajuda.

Essas pragas da arbitragem que estão infernizando o campeonato brasileiro, ganham para isso e ficam cada vez pior. Mas sempre tem alguém da comissão de arbitragem para defender os coitadinhos dos árbitros e suas múmias. Eles passam meses e anos treinando para isso para chegar à elite e prejudicar vários times. Palmeiras, Fluminense, Atlético Mineiro os mais recentes reclamatórios.

Se em outros esportes o árbitro decide, no futebol quem deve ser o protagonista são os jogadores, mas para quem sabe "tentar se aparecer", acabam fazendo esses erros inadmissíveis.

Quando árbitros e jogadores reclamam - até passando do ponto - por criticarem ações dos árbitros, são punidos, porque quem erra não é? Pelo contrário, eles até ofendem os protagonistas do espetáculo. Seria bem interessante colocar aquele microfone aberto, que nem no rúgbi, para que todos ouçam o que os árbitros dizem e quem sabe, enfim conseguiremos saber as pérolas que as múmias falam, se falam.

29/07/2012

A seleção que se dane


Brasileiro tem fama de patriota, ainda mais quando o assunto é futebol. Mas esse é papo para inglês ver, porque basta a seleção entrar em campo para que tudo mude. Se em décadas passadas apoiávamos a seleção em todo canto, hoje, muitos não querem nem saber.

Hoje, quando o assunto é seleção brasileira, tudo o que se houve dizer são reclamações. O time é uma porcaria, tal jogador não deveria estar jogando, esse outro não pode ficar no banco, que aquele não está 
nem aí e até, que a seleção caia fora logo para ele voltar ao meu time.

É entendido que a preocupação atual é com os times cujo quais os torcedores acompanham diariamente, diferente da seleção. Mas, poxa, não preciso nem lembrar que o ouro será inédito para a seleção, o único título que falta na nossa gloriosa sala de títulos. Além disso, é bastar chegar à final (que esperamos que aconteça) que todos esses pararão na frente da TV para vibrar, comemorar e muito provavelmente enaltecer o time. Agora se perder, volta a ser a mesma porcaria de sempre.

Se na década de 1950, vivíamos o complexo de vira-lata, por não conquistar títulos, hoje vivemos uma espécie de complexo de arrogância, já que nunca nada está bom na seleção, mas quando chega, “somos” os melhores.

Enquanto estamos no Brasil, se preocupando pouco, na Inglaterra a seleção caminha a passos largos para um título inédito, capaz de encher de orgulho muitos que hoje querem que a seleção se dane.

27/07/2012

"Perfeição" inglesa


Gafes acontecem. Mas você, torcedor de futebol deve ficar completamente irritado quando um narrador confunde o nome do seu time com o time rival, ou até quando a emissora comete tamanho erro. Pois é, agora imaginem uma situação infinitamente maior. Foi isso que aconteceu antes mesmo dos Jogos Olímpicos começarem. 

Coreia do Sul e Coreia do Norte são eternos rivais, até guerra já aconteceu por causa dessas disputas. Quando o placar eletrônico anunciava as jogadores norte coreanas, a bandeira ao lado era da Coreia do Sul. Isso irritou as jogadores que se recusaram a entrar em campo. Somente depois de um imenso pedido de desculpas, da correção e de mais de uma hora de atraso que as jogadoras aceitaram jogar a primeira partida do futebol feminino, contra a Colômbia.

E tudo isso aconteceu na Inglaterra, onde eles se gabam de ser quase perfeitos. É amigos, até os ingleses falharam. Agora imaginem se algo parecido acontecer, por exemplo, aqui no Rio de Janeiro, em 2016, e ao invés da bandeira britânica, colocássemos a da Escócia, a do País de Gales ou da Irlanda do Norte. Com certeza seríamos chamados de terceiro mundo.

Mas como o umbigo deles é limpo demais, acabaram deixando a falha acontecer. Ainda bem que as norte-coreanas foram bem amigáveis e aceitaram jogar. Caso contrário, a Olimpíada iria "pegar fogo" antes mesmo de começar e a imagem de perfeição inglesa iria ficar ainda mais ofuscada. 

26/07/2012

O melhor favorito


A estreia brasileira não foi das melhores, muito em função do apático segundo tempo que os comandados de Mano Menezes fizeram, mas se compararmos com os outros postulantes ao ouro, o Brasil foi o melhor, isso porque a Espanha decepcionou e perdeu para o Japão, a Grã-Bretanha levou o empate de Senegal nos minutos finais e o Uruguai, ganhou a duras penas da seleção dos Emirados Árabes.

Porém, muito mais que resultado em si, foi a maneira que o time brasileiro jogou. Nos primeiros trinta minutos de jogo apesar do breve sufoco nos minutos iniciais, a seleção brasileira dominou. Depois que Rafael abriu o placar, o Brasil tomou conta do jogo. Oscar era o cérebro do meio campo e muito mais que armar o jogo, ajudava na marcação. O trio de ataque, Neymar, Hulk e Damião deu trabalho aos egípcios. Além dos outros dois gols, marcados pelo camisa nove e por Neymar, o time poderia ter feito mais gols, mas se acomodou. Acomodação maior ainda no segundo tempo, vindo a levar dois gols e um sufoco que quase estragou os planos de Mano Menezes.

Como disse anteriormente, apesar da acomodação, o Brasil mostrou que dentre os favoritos, foi quem melhor apresentou bom futebol. A Espanha perdeu do Japão, de maneira surpreendente. O Uruguai estava no mesmo caminho mas reagiu e virou o jogo, mas sem convencer. E a Grã-Bretanha, tropeçou diante do Senegal, já no final do jogo, complicando a situação, apesar de ser a primeira rodada.

Se não deixar o salto alto atrapalhar, o Brasil avança na primeira fase tranquilamente. Com a derrota, a Espanha já surge como possível adversário nas quartas de finais, mas jogando o futebol de hoje, os espanhois voltarão para casa mais cedo.

25/07/2012

Se o GB Team existisse...

Giggs certamente seria mais feliz caso pudesse atuar ao lado dos craques ingleses por uma seleção

Foram mais de 40 anos para a equipe de futebol masculino da Grã-Bretanha voltasse a ativa. A última participação olímpica dos britânicos foi em 1960, nos jogos de Roma, quando a equipe foi terceira colocada, num grupo que tinha também o Brasil. O Team GB é unido somente para a disputa olímpica, mas como seria se eles fossem unificados também para as competições da Fifa.

É sabido que grande parte do time seria formado pelos ingleses, pois o País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte tem poucos jogadores que fazem a diferença, mas esses poucos seriam capazes de reforçar pontualmente e deixar o Team GB uma grande potência.

Confira como ficaria o time.

No gol, depois de anos a Inglaterra finalmente achou um bom goleiro. Hart hoje é dono da camisa 1, mas um bom reserva para ele seria Gordon, um escocês que se destaca no Sunderland. Alto e ágil poderia muito bem suprir uma ausência de Hart. O problema são suas lesões.

Para a defesa, a base seria inglesa. Terry, Cahill e Cole dificilmente teriam alguém à altura. Mas para a lateral direita, uma boa pedida poderia ser o nome do escocês Hutton. Depois de se destacar no Tottenham, hoje é o dono da lateral direita do Aston Villa.

No meio, a predominância seria novamente inglesa. Lampard e Gerrard não teriam dificuldades em garantir a titularidade. Ao seu lado, Barry, atual titular da seleção inglesa disputa vaga com a revelação Wilshere. As seguidas lesões é que preocupam o futuro do jovem meia do Arsenal na seleção. Mas quem poderia facilmente se juntar aos astros de Liverpool e Chelsea serai Giggs. O galês que já se despediu de sua seleção, certamente repensaria essa aposentadoria caso dividisse a responsabilidade com nomes como o dos ingleses. O escocês Bannan surge como uma aposta futura. Mais a frente, Milner e Young disputariam uma vaga na meia direita com o escocês Fletcher, isso porque a meia esquerda seria unânime para Bale, sensação na Europa.

No ataque, Rooney é nome certo. Seu substituto seria Carrol, mas caberia um lugara para o galês Bellamy.

O único representante da ilha britânica que ficou de fora foi a Irlanda do Norte, que não tem nenhum jogador que tenha tanto destaque a ponto de merecer vaga nesse time.

Apesar de não ser o melhor time, teria mais opções e contaria com alguns reforços que melhoraria muito o nível do time base da Inglaterra.

Achou que faltou alguém? Quem? Deixe seu comentário.

24/07/2012

Quando é a hora de vender?


Quando é a hora de vender o grande craque do time? Neymar e Santos, por exemplo, fizeram um grande acerto que foi vantajoso para ambos. Mesmo sendo a grande joia do futebol brasileiro, o santista resolveu permanecer mais um tempo no Brasil, mas ganhará até mais do que poderia vir a ganhar no velho continente. Mas a situação só foi favorável porque na época da renovação, o time da baixada era o principal clube brasileiro, vencendo grande parte dos torneios e facilitando a permanência.

O Inter, apesar de ser um dos principais clubes do Brasil, não reluta em vender um jogador, desde que paguem, o que acha que vale. Mesmo nas luta pelo título do Brasileirão, aceitou vender a grande estrela, Oscar, ao Chelsea, apesar de repor à altura, com Forlán.

Mas o caso que mais se enrola no Brasil é o de Lucas. O São Paulo, segundo os jornais, recusou cerca de 90 milhões pelo atleta, com o intuito de segurar a joia a fim de vencer alguma competição. O problema é que a fase do time não é das melhores. 

O grande exemplo que dou sobre segurar jogadores é o do Palmeiras de 2009, que segurou Cleiton Xavier e Pierre, para vencer  Brasileirão. Porém, o título não veio e os jogadores se desvalorizaram. O caso de Lucas é semelhante. Caso o São Paulo permaneça na seca de títulos, a chance de Lucas se desvalorizar é grande. 

Claro que se ficar, pode ajudar o São Paulo a conseguir os títulos, mas não acho que deve valorizar mais do que o Manchester oferece. É difícil saber, mas se há um momento certo para o São Paulo vender Lucas, o momento é esse.

23/07/2012

O fim da síndrome de cavalo paraguaio


O único título brasileiro do Atlético Mineiro foi em 1971. Desde o acontecido, o Galo teve muitos times bons, mas incapazes de levantar mais uma taça. Mas, na última década, o glorioso Atlético Mineiro foi motivo de gozação. Os times eram fracos e quando conseguiam subir, ficavam pouco tempo no topo, tal como em 2009. A alcunha de cavalo paraguaio aos mineiros era inevitável. Para acabar com a fase sem títulos, a diretoria atleticana apostou em Cuca, um dos técnicos que mais ficam no "quase".

Porém, Cuca e o Atlético vem mostrando que não são tão ruins. O time lidera o Brasileirão, com a melhor campanha dos pontos corridos até o momento. O time se reforçou com Ronaldinho Gaúcho, Victor, Jô, além de contar com os jovens Bernard, Felipe Soutto e Marcos Rocha. Bem montado, o time passou de um mero adversário para temido. Venceu grandes times e convenceu na maioria dos jogos. Atletas controversos passaram a render até mais que o esperado e Cuca mostrando que além de montar bons times, sabe mantê-los no topo.

A aposta da diretoria atleticana foi de risco. Gastando até mais do que pode, nem se cogita um outro fracasso. Caso aconteça, uma debandada pode acontecer nos lados da cidade do galo.

Ainda assim, sabendo do nível da concorrência, o Atlético se consolidou como um dos principais postulantes ao título. Cuca soube montar o time, dando liberdade para Ronaldinho Gaúcho, fazendo Bernard florescer seu melhor futebol, com dois experientes na zaga (Victor e Réver), Jô marcando gols e jogadores, além de Pierre como um cão de guarda na frente da defesa.

Cuca não é mal treinador, mas todos são reticentes em relação a ele. Somente um título como o do Brasileirão para tirá-lo de vez da síndrome de cavalo paraguaio.

22/07/2012

Ídolo como jogador. Mas e como jogador?


Fernandão não é o maior ídolo da história do Internacional, longe disso, mas com certeza está no "hall da fama" do torcedor colorado. Suas conquistas, em especial a da Libertadores e a do Mundial de Clubes. deixaram o avante como grande personagem da história recente colorada. 

Desde a última sexta-feira ele ganhou o posto de treinador do Inter, após a demissão de Dorival Júnior. Apesar de estrear com uma vitória sobre o Atlético-GO, todos sabem que a vida dele no Inter, ao menos como treinador, acabará. Esperamos que demore o máximo possível, mas quando os resultados não vierem, seu lugar como ídolo nem será lembrado, tal como fizeram com Falcão, um ídolo maior que Fernandão. 

Nessa entramos em um dilema. Ter ou não ter um grande nome de seu time como treinador, uma função tão menosprezada por aqui? 

Eu como palmeirense tenho apenas uma certeza. Não quero ver Marcos, o grande ídolo ao lado (ou até a frente) de Ademir da Guia para o Palmeiras como treinador, tamanho o carinho que os palmeirenses tem com ele e tamanha a falta de consciência que os diretores tem. Por outro lado, gostaria de ver Evair ou Arce. Apesar de ídolos, uma demissão seria menos dolorida para eles e para a torcida do que, por exemplo, com Marcos.

Um ídolo sabe como tudo funciona no clube, sabe o que esperar da torcida. Rogério Ceni, por exemplo, dificilmente seria rejeitado pelo torcedor são-paulino. Mas uma demissão dói. E pode abrir um machucado difícil de cicatrizar.

E você, gostaria de ver um dos grandes ídolos de seu clube como treinador?

20/07/2012

Um time pronto para o ouro


Muitos críticos falam que a seleção de Mano Menezes é supervalorizada. Alguns até tem certa razão por alguns vestígios que a CBF deixa no ar. Porém, o que alguns relutam em aceitar é que o técnico da seleção, finalmente deu um padrão de jogo ao time, além de formar uma base. Tudo bem que demorou um pouco, mas a seleção chega aos Jogos Olímpicos como forte candidata ao título. Até mais que isso. Sou capaz de dizer que é o melhor time dessas Olimpíadas, pelo menos no papel. 


Tá certo que o jogo de hoje não foi dos melhores, os jogadores se pouparam para evitar lesões (apesar de aceitar, não concordo), mas há consistência do time.

Analisando os adversários, vemos a Espanha em um grande patamar, devido ao ótimo trabalho da base, mas ainda tem muitos jogadores que não são titulares em seus clubes. O Uruguai, apesar de contar com Cavani e Suárez, tem apenas alguns poucos jogadores capazes de decidir. A Grã-Bretanha mostrou que só fara frente por ser  anfitriã, enquanto o México aposta nos jovens jogadores, porém, sem experiência. Nada com potencial para parar a forte seleção brasileira.

Aliás, além de forte candidata ao ouro, é quase que a base pronta pra 2014. Claro que ainda contará com o reforço de alguns nomes de peso, como Daniel Alves. David Luiz e Ramires. Se pensar na Copa do Mundo ainda é cedo, o ouro é um sonho muito viável, ainda mais com um time formado. E tudo isso graças a Mano Menezes. 

19/07/2012

Futebol não tem dia


O sonho de quase todos os garotos é um dia ser jogador de futebol. Vestir a camisa de um clube grande e da seleção, ter milhares de pessoas te aplaudindo e vangloriando, ser entrevistado pelos repórteres entre outras coisas que o mundo do futebol proporciona é o que todos se imaginam num futuro. Porém, para grande parte o sonho de jogar profissionalmente, acaba. 

As reprovas nas peneiras chegam a um ponto em que o atleta sabe - mas não se conforma - e tem que desistir. Para os que conseguem, bola para frente. Para os que não conseguem, também. Escolher uma outra área de atuação não significa abdicar daquilo que foi o ápice da infância, jogar bola.

Hoje, muitos suprem a carência futebolística, disputando partidas na várzea, em campos de terra, em peladas com os amigos, nos finais de semana ou até mesmo na rua. Transformam seu sonho em um hobby. Mesmo já jovens ou adultos, jogam, cheios de alegria, da mesma maneira que, quando ainda crianças, esperavam uma chance bater a porta e mesmo sabendo que hoje, o futebol não lhe renderá dinheiro e sucesso, mas sim muitas dores, brigas com parceiros ou faltas em aula ou serviço. Nada que desanime os bravos "jogadores" ou "peladeiros".

O futebol não-profissional, muito mais que um esporte, une amigos e até inimigos em volta de uma bola e um campo, mesmo que muitas vezes improvisado. Jogam e depois se reúnem para discutir o jogo. O papo se prolonga que as vezes supera até mesmo o futebol profissional, transmitido na TV. A zoação, a provocação, a vontade de pisar em um campo, uma quadra ou um amontoado de areia motiva cada vez mais a todos continuarem jogando futebol.

Hoje pode até ser o dia do futebol. Mas para quem é apaixonado por ele, futebol não tem dia.

18/07/2012

Todos saem perdendo


Três times em torno de um jogador. O que pode parecer um deleite para qualquer futebolista está se tornando um verdadeiro inferno para Guilherme, hoje, meia da Portuguesa. Potencial atleta, o camisa 8 da Lusa se destacou na Série B do ano passado na campanha espetacular do time do Canindé. Alvo de cobiça do Corinthians, o meia expôs seu desejo de rumar para o Parque São Jorge.

Sem acordo, o jogador ficou na Portuguesa, rebaixada desastrosamente no Campeonato Paulista e Guilherme foi hostilizado duramente por torcedores. Deixado de lado até que resolvesse sua situação, o meia não joga. O Corinthians o quer. Guilherme quer o Corinthians. A Portuguesa aceita vender, mas espera receber o que acha que o atleta vale. O Corinthians não aceita pagar. Nisso, um clube ucraniano aceita a oferta da Portuguesa, mas Guilherme ainda recente em aceitar.

Sem jogar, Guilherme passou de sensação a esquecido. Seu nome, inicialmente na pré lista dos convocados à Olimpíadas não foi lembrado por ninguém. O atleta não joga, não se destaca, e nem Lusa nem Corinthians contam com o jogador.

Mesmo sabendo que a Lusa quer o valor estipulado, e corretamente, algo poderia ser feito para ajudar o atleta. Se a Lusa não o aceita vender, Guilherme deve focar em seu atual clube e se destacar para que alguém pague o que ele vale, afinal o time lusitano é o dono dos seus direitos. Enquanto nada se resolve, todos saem perdendo.

17/07/2012

O que teremos pela frente em Londres

O futebol nos Jogos Olímpicos começa no próximo dia 25, dois dias antes da abertura oficial dos jogos. Que o Brasil tem um bom time, isso todos nós estamos cientes e torcendo para que tragam o ouro, mas o que esperar do que teremos pela frente?

Alguns adversários aparecem como grandes concorrentes da seleção brasileira, casos da Espanha, México  e do Uruguai aparecem como potenciais candidatos, além da Grã-Bretanha e da surpresa Senegal.

Confira abaixo quem, o quê e como podem atrapalhar o caminho de ouro do Brasil.

Egito: O primeiro adversário tem pouca tradição internacionalmente. Mesmo assim, tem alguns jogadores muito conhecidos que podem complicar a vida brasileira. São eles, Emad Moteab e Mohamad Aboutrika. Mesmo sem ser tão forte, os egípcios devem ficar com a segunda vaga do grupo.

Bielorrússia: A surpreendente seleção no campeonato europeu sub-21 não chegou a toa nos jogos olímpicos. Apesar de não criar medo, é preciso cuidado com os bielorrussos. 

Nova Zelândia: O terceiro adversário do Brasil tem a base dos jogadores em times locais, quase todos amadores. Os acima de 23 anos são experientes (Nelsen, Wood e Smeltz) e formam a espinha dorsal da equipe que eliminou a Itália do último mundial. Ainda assim, não deve avançar.

Passando de fase, o Brasil encarará os adversários do grupo D, o mesmo da Espanha. Por isso é importante garantir o primeiro lugar para evitar um confronto com um potencial campeão. Mas, caso não encare a Fúria, terá adversários de pouca expressão, como Japão, Honduras ou Marrocos.

Japão: Sem nenhum grande jogador, como por exemplo Kagawa, o time japonês aposta na base de jovens, como o lateral Sakai, o meia Usami e o avante Otsu.

Honduras: Os hondurenhos já causaram impacto ao eliminar os americanos, dentro dos Estados Unidos. mas a equipe é fraca e sequer deve passar da primeira fase.

Marrocos: O time marroquino é outro que não conta com seus principais craques. Mas vale o destaque para Kharja e Amrabat. Mas nada que possa assustar a seleção brasileira.

Espanha: Falamos que o Brasil não deve ficar em segundo para evitar os espanhois, mas caso os atuais campeões mundiais, por um milagre, fiquem sem a primeira colocação, poderão enfrentar o Brasil. Do time espanhol destaque para Mata, Javi Martinez e Jordi Alba, campeões europeus, além de De Gea, Dominguez, Adrián, entre outros bons jogadores. É uma das favoritas ao título.

Em uma eventual semifinal, alguns potenciais adversários são Grã-Bretanha, Senegal, Uruguai, Suíça e México.

Grã-Bretanha: São favoritos por jogar em casa., mas tem um time inferior ao que foi fracamente eliminado na Eurocopa. Giggs é o grande destaque, mas tem poucos jogadores ao seu lado que podem resolver.

Senegal: Mesmo com a ausências de Pappis Cissé e Demba Ba, Senegal tem um dos melhores times africanos, tradicionais carrascos contra brasileiros.

Uruguai: Para consolidar a boa fase, o Uruguai espera voltar a conquistar os Jogos Olímpicos. Para isso convocou o que tinha de melhor, como Cavani, Suárez e Arévalo. Somados a ele há Coates, Lodeiro e Ramirez. São favoritos a chegar ao menos na semifinal.

Suíça: Apesar do time principal não fazer um grande trabalho, os jovens mostraram a força da defesa Suíça no Campeonato Europeu Sub-21. Com Benaglio no gol, o time tem ainda mais força defensiva. Mehmedi,  Kasami e Fabian Frei garantem os poucos gols da equipe.

México: Por fim, os mexicanos, que chegam sem nenhum alarde. Mesmo assim o time tem bons atletas, principalmente os que estão no Chivas Guadalajara. Ainda contarão com a joia Giovani dos Santos e se candidatam como uma boa surpresa. 

15/07/2012

Golaço do Vitória


Ações de marketing estão virando febre entre os clubes brasileiros. Estratégias para fazer o torcedor gastar de todos os modos comprando produtos licenciados com a marca do clube e dos patrocinadores. Porém, o Vitória seguiu uma linha um pouco diferente. O marketing funcionou, mas ao contrário dos outros times, essa ação - a princípio - não era lucro ao time baiano e nem pode ser comprada pelos torcedores.

Sabendo da dificuldade dos hemocentros em manter regular o banco de sangue, o time baiano se mobilizou. O rubro-negro tirou o vermelho das cores de sua camisa e jogou com ela em preto e branco. Conforme os níveis de sangue aumentarem, o vermelho voltará a ser preenchido. Essa ação se manterá até que a camisa volte a ficar toda rubro-negra.


Pode parecer pouco, mas a atitude do Vitória foi louvável. Sem visar lucro o time usou sua principal fonte de renda, que é a camisa para ajudar quem precisa. Atitudes como essa, como o Corinthians usou recentemente sobre o Greenpeace (apesar de mascarar a bandeira brasileira de preto e branco) e de alguns outros times mostram que as vezes é possível mobilizar por uma causa, ainda mais sabendo do tamanho das torcidas e da repercussão que isso traz. Não precisa ser sempre, mas vez ou outra cabe um apelo como esse do Vitória.

Mas, antes que os torcedores saiam a procura dessa camisa, ela não estará a venda.

Jogadores e jogadores

Diego recusou as cifras árabes para apostar em seu bom momento no Vasco.

A moda hoje é ir jogar no futebol das "Arábias". Seja no Catar, Emirados Árabes, Arábia Saudita ou mais algum dessa região, não importa. Hoje eles são o paraíso financeiro, junto com a China, dos jogadores de futebol. Se há alguns anos eram só os que estavam em fim de carreira, hoje até algumas promessas e jogadores ainda com mercado rumam para esses países.

Nilmar foi o último grande exemplo. Ele deixou o Villarreal, recém rebaixado à segunda divisão espanhola. Ele se juntará à Rodrigo Tabata e Afonso Alves, em um contrato milionário de quatro anos. Mesmo sabendo do interesse do Inter, que lhe pagaria uma bela quantia também, preferiu um salário maior à voltar para seu "time de coração" e ficar mais perto de uma volta à seleção brasileira.

Por outro lado, Diego Souza, do Vasco, recusou ir jogar "nas arábias" para ficar no clube cruzmaltino. Mesmo sabendo que uma chance na seleção é pouco provável, ele aceitou o planejamento vascaíno, e confiou em seu bom momento e o bom momento que vive o futebol nacional para dar sequência em sua carreira em terras tupiniquins.

São dois jogadores diferentes, patamares diferentes, tanto futebolística quanto financeiramente e que tiveram decisões diferentes. Longe de julgar alguém, mas se tinha alguém que poderia ir "às arábias" seria Diego Souza, muito menos conhecido no mundo da bola. Já Nilmar, além de mercado nos grandes times europeus também teria vaga facilmente no Brasil, mas resolveu sair por um salário extraordinário. Talvez ciente de sua situação física, o ex-atacante colorado apostou suas fichas em fazer seu "pé de meia" antes de parar. 

Apesar de aceitar a decisão de ambos, vemos as escolhas de cada um. Enquanto um aposta no bom momento que vive em seu clube, outro prefere o dinheiro à jogar em alto nível.

12/07/2012

Redenção


Clubismo a parte, não poderia deixar de mencionar o título da Copa do Brasil, vencido pelo Palmeiras. Uns vão me criticar por não falar tanto como com os outros times, mas mesmo assim, escreverei, pois após a sensação que senti ontem, sabia que esse título tinha algo de diferente.

O Palmeiras ressurgiu. Com um time desacreditado por todos, até por muitos palmeirenses, superou tudo, se uniu com o técnico e acima de tudo se uniram entre si. Diferente de outros tempo, não faltou garra, pelo contrário, esse foi um dos times mais guerreiros do Palmeiras que já assisti, (considerando que lembro bem dos jogos a partir dos anos 2000) um time que superou literalmente todas as adversidades.

Aliás, adversidades foi o que mais teve nesse caminho. Primeiro Wesley que se lesiona, depois a eliminação do Paulistão e a queda de motivação, depois o mau início de brasileirão, os problemas com Valdívia, a lesão de Luan, a apendicite de Barcos no dia da final...Tudo superado com a união da equipe. Quem poderia imaginar que um time com Betinho e João Vitor poderia chegar tão longe. Apesar de ainda não me convencerem, não deixaram de se doar um segundo sequer quando foram a campo e agora tem seus nomes marcados na história alviverde.

Doze anos após o título da Copa dos Campeões, o Palmeiras volta a brilhar. O torcedor pode sair na rua com o sorriso no rosto, com orgulho de vestir a camisa e com a garganta limpa depois de soltar o grito que estava guardado.

Mesmo com o Corinthians tendo vencido a Libertadores, a Copa do Brasil foi algo infinitamente maior para o torcedor palestrino. Uma comemoração sem igual. Ver a ansiedade e depois a alegria de uma torcida que a muito só sabia sofrer foi sensacional. Estar entre os que comemoraram foi ainda melhor. O que todo palmeirense espera é que o time só venha a crescer. Agora é fazer um Brasileirão aceitável, e quem sabe "beliscar" Copa Sulamericana para voltar a encher de orgulho a torcida do Palmeiras.

11/07/2012

Olho nele: Gebre Selassie


A surpreendente campanha tcheca impressionou a muitos. Um time que depende muito de seu goleiro, Petr Cech e de Rosicky no meio campo. As seguidas lesões atrapalharam a trajetória do meia na competição, mas ainda assim o time cumpriu seus objetivos. Eu digo que chegou além disso, pois apostava em um fracasso.

Mas nem só dos veteranos viveu a seleção comandada por Michal Bilek. Nomes com Pilar, Hubschman e principalmente Gebre Selassie tiveram papel importante. O lateral, foi muito contestado antes da competição pois seria o primeiro negro a vestir a camisa tcheca em um torneio. Filho de pai Etíope, teve muitos problemas com torcedores que não o aceitavam, mas após a Euro brilhante que fez, a situação deve ser outra.

Apesar de ter origem africana, Gebre Selassie nasceu na República Tcheca, país de origem de sua mãe. Iniciou sua carreira em 2005, com 19 anos mas foi só em 2008 que despontou para o cenário europeu, ao acertar com o Slovan Bratislava, um dos principais times do país. Apesar de forte no território tcheco, o Slovan não tem expressão europeia. Na última temporada, a grande façanha foi eliminar a Roma na fase eliminatória da Liga Europa, mas acabou sucumbindo na fase de grupos.

Desconhecido por quase todos, Selassie fez uma grande Euro e despertou atenção do Werder Bremem, que não exitou em contratá-lo. Agora na Alemanha, pode ter a chance de jogar um campeonato de peso e voltar à seleção ainda com mais experiência. Mesmo não sendo nenhum garoto, ainda tem muita lenha para queimar e mostrar para os torcedores racistas que a cor não influencia no futebol.

10/07/2012

Os males de um título



Vencer um título como a Taça Libertadores é o sonho de todo torcedor. Dos corintianos ainda mais, afinal era o último do grandes times paulistas que ainda não havia conquistado. O título enfim chegou, mas tudo tem seu preço. Se após conquistar o Brasileirão, o time se manteve praticamente intacto (e ainda contou principalmente com a chegada de Cássio), agora com o troféu de campeão sulamericano, dificilmente a escalação que todo alvinegro jamais esquecerá, continuará a mesma.

O preço de ser o melhor time das Américas é a visibilidade que esses jogadores ganham. O problema maior é que nem sempre os jogadores pertencem exclusivamente ao clube. Assim, é ainda mais fácil a saída de qualquer jogador.

Alguns jogadores como Ramón, Ramirez, Gilsinho, Felipe e principalmente Leandro Castán são dados como fora do Timão nessa janela de transferência. Outros como Paulinho, Liédson, Júlio César e Alex tem fortes especulações. Embora outros devam chegar, a base não será a mesma, o entrosamento não será o mesmo.

Santos em 2011 e Inter em 2009 foram raros exemplos que conseguiram segurar os principais jogadores após o título continental. Porém, nem sempre um “desmanche” significa perda de qualidade. Como falei, outros devem chegar. Times como o Palmeiras de 2000 conseguiram seguir competitivo mesmo com um time infinitamente mais fraco do que o do ano anterior.

O título da Libertadores será saboreado por muito tempo pelos corintianos, mas é bom já começarem a preparar o coração pois a reformulação poderá custar algumas derrotas ao time.

09/07/2012

Ganso. Genial em campo, bestial fora dele



Uns o chamam de gênio, outros de craque e outros simplesmente de Paulo Henrique Ganso. O meia que chegou de mansinho e em 2010 já era um dos líderes da equipe e dava pinta de estourar como grande promessa brasileira. Seu célebre ato dizendo que não sairia de campo, na partida final do Campeonato Paulista, contra o Santo André, contrariando o treinador, mostrou que o garoto tinha personalidade.

Porém, o Ganso de hoje não é nem sombra do jogador que encheu de expectativa a torcida brasileira. Seguidas lesões prejudicaram seu desempenho, mas o que mais atrapalha o camisa 10 é sua (?) comparação com o amigo Neymar.

Que Neymar é um craque, disso ninguém duvida, nem mesmo a diretoria, que transformou o jogador na “menina dos olhos”. Seu nome e sua imagem geram lucros absurdos ao time praiano, mas engorda também a conta bancária do jogador. Se Neymar ganha uma fortuna, Ganso está longe disso. Por essas e outras (entenda como pressão de empresários) o jogador já começa a ser visto com desconfiança pelos torcedores.

Seu contrato com o Peixe é tema freqüente de discussão. Segundo o portal Lancenet, sou salário atual é de R$130 mil ao mês. O time santista oferece 350 mil mais algumas porcentagens em seu direto de imagem em um novo contrato, mas o atleta quer ao menos 1 milhão. Isso faz a torcida pensar que o jogador só joga por dinheiro e por isso o critica.

Discussões como essas que acabam interferindo no seu rendimento e o fez cair em “desgraça” Ganso já não é unânime na seleção, uma vez que Oscar, do Internacional, surge como nova esperança da camisa verde e amarela. Nem mesmo na Europa Ganso tem lugar cativo. Se antes Internazionale, Milan e tantos outros surgiam como interessados, hoje poucos o vêem como o talento que aparentou ser.

Ganso por si só tem um estilo diferente do protótipo de jogador moderno. Não corre, não marca, não é um guerreiro em campo. Mesmo genial em alguns momentos, ele se considera pouco valorizado.

Nunca vi nele um gênio como vi em Rivaldo ou Zidane, por exemplo, mas é um baita jogador. Porém, seu descaso com clube santista e com si mesmo em campo poderia transformá-lo de craque em esquecido em pouco tempo.

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