Isso sim que é emoção

A segunda rodada das oitavas de finais da Champions League voltou trazendo as emoções à flor da pele. Dois grandes jogos que fizeram o coração do torcedor bater forte. O Milan que achava que tudo estava definido tomou um sufoco do Arsenal e quase viu a vaga ir para o brejo, ou melhor, para Londres. No outro confronto, o Benfica pressionou desde o início e foi recompensado com a classificação, inédita desde a temporada 2005-06, quando foi eliminado pelo o Barcelona. Dois times que provaram que a camisa pode sim fazer a diferença em um mata-mata.

Abbiati fez milagre no segundo tempo e garantiu a vaga rossonera

Em Londres, depois de fazer 4 a 0 na ida, o Milan entrou no jogo soberbamente desleixado. Naquela de que "vamos levando até acabar", os rossoneri viram o Arsenal fazer um, dois, três e dando um sufoco danado. Percebendo que a corda já estava no pescoço, e o fantasma de La Coruña* já rondando o lado vermelho e preto de Milão, o time italiano resolveu jogar, mas já não sabia se defendia ou se atacava. Um gol levaria o jogo para a prorrogação, mas um gol a favor, obrigaria os gunners a marcar mais três.

Controlando melhor o jogo no segundo tempo, o Milan viu Van Persie perder grande chance, tal como Nocerino. Enquanto a tensão dominava em campo, o nervosismo predominava nas arquibancadas e em milhares de casas ao redor do planeta. Mas no final, o placar adverso de Milão fez a diferença contra o Arsenal. Mesmo com todo a entrega, os milanistas levaram a vaga, mas é bom abrir o olho que outro vacilo como esse pode custar a classificação.

Em Portugal, o Benfica tinha a missão de reverter a desvantagem sofrida na gelada Rússia. E os encarnados resolveram botar pressão desde o início. Mas, a dificuldade benfiquista de furar o ferrolho russo era enorme e o jeito era arriscar de fora da área, porém, o pé dos portugueses não estava lá muito calibrado. Numa das raras oportunidades de entrar na área tabelando, o Benfica abriu o placar. Após belo passe de Bruno César, o bom volante Witsel chutou, Malafeev defendeu, no rebote o belga rola de calcanhar para Maxi Pereira tirar o zero do placar.

Nelson no instante do gol que garantiu a vaga do Benfica

Precisando de ao menos um gol, o Zenit se lançou ao ataque no segundo tempo, mas pouco produzia. Se defendendo, o Benfica apostava nos contra-ataques. Mas, o gol só foi sair nos acréscimos quando a revelação Nelson Oliveira, que entrou no lugar de Cardozo, pôs em êxtase a torcida vermelha.

E aí, tá bom pra você? E isso foi só o começo. Ainda temos mais seis jogos das oitavas de finais e ao que tudo indica, serão tão emocionante quanto os dessa terça.

*Na temporada 2003-04, o time milanista abriu 4 a 1 no jogo de ida, mas os espanhois reverteram o placar com um 4 a 0 marcado como uma das grandes vitórias da história do La Coruña.