30/01/2013

Queimando etapas


Caro leitor, te faço uma pergunta. Desde Kaká em 2002, que foi para o Milan, qual foi o outro grande talento brasileiro que despontou logo em sua chegada na Europa, apesar da pouca idade?

Difícil responder, não?

Podemos citar nomes como Rafael (lateral do Manchester United), que foi para a Inglaterra antes mesmo de se profissionalizar, Marquinhos, hoje na Roma e Anderson, primeiramente no Porto. Porém, são jogadores longe do mesmo destaque de Kaká. Outros nomes como Thiago Silva, Marcelo, Daniel Alves, Júlio César e tantos outros, quando se firmaram, levaram uma, duas ou até mais temporadas.

Talentos como Robinho, Alexandre Pato e até mesmo Breno foram com grandes expectativas e acabaram decepcionando. Assim como eles, tantos outros acabando perdendo o rumo por ter saído cedo do futebol brasileiro para realizar o "fantástico" sonho de jogar no velho continente. O último deles talvez tenha sido Philipe Coutinho. Grande aposta do futebol brasileiro desde seus 16 anos, era um dos grandes trunfos do Vasco e da seleção brasileira. Falavam muito mais dele do que Neymar. Porém, logo aos 18 anos e menos de 20 partidas como profissional, tomou o rumo da Inter de Milão, para tentar repetir, só que no rival, o mesmo sucesso de Kaká.

Com Rafa Benítez no comando teve poucas chances. Só teve realmente uma sequência quando Leonardo assumiu o comando técnico. Porém, a história de Leo como treinador nerazzurri durou pouco e assim perdeu espaço. Emprestado ao Espanyol fez boas partidas, mas em seu retorno à Inter, se lesionou e não engrenou a sonhada sequência de jogos. Depois de amargar o banco, ou nem isso, nessa semana foi vendido ao Liverpool. Em Anfield tenta retomar o bom futebol dos tempos de Vasco (especialmente na base), que o colocaram como o futuro camisa 10 da seleção brasileira.

Coutinho não foi o primeiro e não será o último. Muitos ainda vão se aventurar na Europa, podendo se acabar para o futebol sem mesmo ter começado. É por essas e outras que a permanência de Neymar no futebol brasileiro, mesmo que ela acabe em breve, já foi um grande passo para que tantos atletas pensem duas vezes antes de escutar empresário ou propostas tentadoras.

Oscar é outro belo exemplo. Mal no São Paulo, poderia ter ido à Europa e ter um destino semelhante ao de Coutinho. Mas não, soube esperar, amadureceu no futebol brasileiro, se consolidou como profissional e hoje é destaque não só no Chelsea, como também na seleção, ocupando o lugar que talvez seria do novo camisa 10 do Liverpool.

Coutinho tem apenas 20 anos e futebol para se reerguer profissionalmente. Mas tantos outros podem não ter uma nova chance e ver o sonho acabado por queimar etapas cruciais para a formação de um jogador de futebol.

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