Artigo Científico

O rádio transformando o futebol:
O desenvolvimento do futebol profissional com ajuda do rádio



Resumo

O surgimento das transmissões esportivas pelo rádio teve início antes mesmo do futebol se profissionalizar. Mesmo assim, o que preocupava os dirigentes do futebol era que o meio de comunicação que começava a ser acessível para todas as classes sociais pudesse afastar o torcedor do estádio.
Porém, o que aconteceu foi exatamente o contrário. Graças ao rádio, o futebol no Brasil se popularizou, profissionalizou e ganhou proporções que vemos aumentando até os dias de hoje, mesmo com a concorrência de outros meios de comunicação.

Palavras-chave: futebol; rádio; transmissões de futebol.


O RÁDIO E SUAS PRIMEIRAS TRNAMISSÕES

Quando Nicolau Tuma, da rádio Educadora Paulista, iniciou o projeto de transmissões radiofônicas das partidas de futebol, jamais imaginaria aonde a iniciativa poderia chegar. O projeto teve início em 19 de julho de 1931, com a transmissão do jogo entre as seleções de São Paulo e a do Paraná válido pelo VIII Campeonato Brasileiro de Seleções, no estádio da Floresta, no Bairro da Ponte Grande, na região central de São Paulo. Na abertura da transmissão, Tuma disse:

Estou aqui no reservado da imprensa, contemplando as arquibancadas. Estou ao lado das gerais e vou tentar transmitir para vocês que me ouvem um relato fiel do que irá acontecer no campo". (MADRIGAL, 2009, p.22)

Ainda causa muita discussão o fato de Tuma ser considerado o narrador da primeira partida. Antes dele, os radialistas Amador Santos e Oduvaldo Cuzzi foram denominados os pais das transmissões esportivas no Brasil, mas devido aos seus estilos de narração, não citando os lances do jogo com a riqueza de detalhes suficiente, como Tuma fazia, eles acabaram não sendo considerados os precursores do futebol no rádio no Brasil. (SOARES, 1994)
Em 1932, ao perceber que o veículo começava a se popularizar entre as classes mais pobres, Getúlio Vargas autorizou o decreto nº. 21.111, obrigando as rádios a reformularem sua programação regulamentando as propagandas e publicidades. A chegada das publicidades impulsionou o investimento de capital, em grande parte estrangeiro, nas transmissões. Exemplo disso foram os programas financiados por grandes marcas como o Repórter Esso. Mas foi nessa época que os ouvintes mudaram. A massa começou a ouvir o rádio e o futebol surgiu como apelo para atrair os ouvintes. Antes, como o aparelho ainda não era tão popular, as pessoas tinham o conhecimento do jogo se fossem ao estádio ou aguardassem o jornal do dia seguinte.

A partir de então as transmissões radiofônicas de futebol passaram a fazer parte do cotidiano, mais precisamente dos fins de semana de todos que gostavam desse esporte.


AS DIFICULDADES NA TRANSMISSÃO

Cada narrador, em cada estádio, narra à sua maneira. Ary Barroso[1], por exemplo, narrava o jogo do meio da torcida, nas arquibancadas, mas na hora do gol, o barulho da torcida era tanto que os ouvintes não conseguiam ouvir sua voz. O problema foi resolvido com a brilhante ideia de ir ao campo com uma gaitinha. Ao sair os gols, ele não os gritava, mas assoprava a gaita (ALMEIDA e MICELLI, 2004). Assim, foi um dos precursores dos efeitos sonoros no rádio, que viriam a ser utilizados massivamente apenas na década de 1960, inicialmente na Rádio Difusora de São Paulo, com Nicolau Chequer (SOARES, 1994). As vinhetas viriam a ser utilizadas mais vezes a partir daquela década por causa da concorrência da televisão, que chegara com a incumbência de ser o novo meio de comunicação do povo, e que muitos a qualificavam como o veículo que extinguiria o rádio.
Um curioso fato, envolvendo Ary Barroso, se deu em São Januário, estádio do Vasco da Gama. Barroso narrava o jogo pela Rádio Tupi. Porém, ao entrar no estádio, foi barrado por críticas que fizera à diretoria do time cruzmaltino. Inicialmente ele transmitiria o jogo do telhado da Cinédia[2], mas foi dedurado. Na véspera do jogo Vasco x Fluminense, Barroso foi checar as instalações e viu que a direção vascaína resolveu colocar um painel em homenagem ao rival Fluminense para tapar sua visão (ALMEIDA e MICELLI, 2004). Não desistiu e foi até o telhado do Ginásio Pio-Americano, de onde via perfeitamente todo o campo de São Januário com a ajuda de um binóculo e, claro, também estava com sua inseparável gaitinha.
Nicolau Tuma também já passou por dificuldades para narrar um jogo. Em 1937, após ser barrado na entrada do estádio Palestra Itália, em São Paulo, Tuma transmitiu o jogo entre Palestra Itália x DCB em cima de uma escada de 14 metros do lado de fora do estádio. Aliás, coube a Tuma dar início ao modelo de narração, pois ao narrar o primeiro jogo transmitido pelo rádio, em 1933, não tinha ideia de como faria para que o ouvinte entendesse o jogo.

Como repórter, vou transmitir daqui tudo o que for acontecendo no campo...Como vocês sabem, o campo de futebol é um retângulo. Então vocês façam um retângulo aí em sua frente, numa cartolina...Ou então, peguem uma caixa de fósforos. A caixa de fósforos é um retangulozinho, não é? Agora sim, a caixa de fósforo é o campo. Do lado esquerdo vão jogar os paulistas, do lado direito, os paranaenses. (RIBEIRO, 2007, p.76)

Outro – depois de Tuma e Barroso - que inovou na maneira de narrar foi Rebello Junior. Em 1946, gritou GGOOOOOOOOOOLLLLLLL por quase um minuto. Isso o fez levar o apelido de o “homem do gol inconfundível”.
Os repórteres também tinham um árduo trabalho, principalmente após os jogos. No início, era irrestrito o acesso aos vestiários. Os repórteres se deram ao direito de invadir a privacidade do atleta e dar início às primeiras reportagens de vestiários. Os jogadores podiam estar com ou sem roupa, de banho tomado ou até mesmo no banho e lá estavam os repórteres fazendo as entrevistas. (ALMEIDA e MICELLI, 2004). Isso perdurou até meados da década de 1990, quando “instituíram” as entrevistas coletivas.


DIRIGENTES x NARRADORES

Quando se iniciaram as transmissões esportivas no rádio, os narradores se desdobravam para poder transmitir. Eram transmissões no meio da torcida, em cima das árvores, à beira do campo, no topo de prédio vizinho e até de binóculos. Porém, isso ocorreu até o momento que o rádio começou a se popularizar. Com a massificação do equipamento eletrônico, dirigentes dos clubes acabaram proibindo alguns narradores de entrarem nos estádios, temendo que as transmissões pudessem afastar os torcedores dos estádios. No entanto, a história mostra que não foi o que realmente aconteceu.

A massificação do esporte, principalmente do futebol com os meios de comunicação de massa, aconteceu com a união do futebol com o rádio. Vera Camargo conta que a união se deu quando os torcedores passaram a levar os radinhos de pilha para os estádios para acompanharem as narrações. Este artefato de comunicação possibilitou a criação de um universo interessante em relação ao futebol, muitas gírias e jargões do jornalismo esportivo foram criados nessa época, devido ao fato do radialista precisar criar uma imagem para quem estava longe dos gramados. Vera também diz: “O imaginário era acionado e, deste modo posso afirmar sem nenhuma pretensão que as ideologias, identificações e simbologias no esporte tiveram seu nascimento nessa época.” (CAMARGO, apud: SCHETINI, 1999, p.20)

O que influenciou a proibição, no entanto, não foi apenas o medo de afastar o público. Ribeiro diz que o grande motivo das proibições foi o dinheiro dos grandes grupos que tentavam manipular as transmissões esportivas. Os dirigentes dos clubes venderam os direitos de transmissão para um dos mais importantes grupos empresariais, as Organizações Byington[3], que tinha como grande marca a rádio Cruzeiro.
A verdadeira explicação da venda para a Byington foi uma troca de “favores”. Enquanto o Grupo Byington tinha o direito à exclusividade nas transmissões, os clubes teriam a iluminação dos estádios fornecidas pela poderosa empresa a um preço muito abaixo do mercado.
Para evitar o monopólio, em 1941 foi criada a Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). A primeira briga da Aceesp durou cerca de três anos, mas pelo menos a justiça foi cumprida pois acabou com a exclusividade do grupo Byington. (RIBEIRO, 2007)


O MEDO DA PERDA DE PÚBLICO

Hoje, grande parte da audiência do rádio não vem do jogo em si, mas também do que as emissoras costumam chamar de giro esportivo[4], antes e depois dos jogos. O torcedor sai de casa e sabe quais ruas e avenidas estão com melhor trafegabilidade, onde pode estacionar o carro, qual linha de metrô ou de ônibus deve usar, se há previsão de chuva, se ainda há ingressos à venda e outras informações, além de saber a escalação do seu time, antes mesmo de entrar nos estádios.
Segundo Schetini (2006), a mobilidade, a praticidade e a acessibilidade por parte do público fizeram do rádio o grande parceiro do torcedor de futebol. Foi esse veículo que ajudou a disseminar o esporte por todo o país e contribuiu de forma definitiva para formar novos torcedores e realimentar a paixão de várias gerações.
Por ser um veículo sem nenhuma legislação específica sobre a transmissão dos jogos de futebol, as emissoras têm a permissão para transmitir qualquer jogo. A razão alegada é que promovem o espetáculo e por isso não gastam um centavo sequer com direito de imagem. Porém, alguns times e federações chegaram a querer cobrar para isso. A década de 1980 foi o período em que se teve início esse projeto, mas que não foi adiante. Outros projetos existiram tanto no Brasil quanto na Europa. Recentemente, o Atlético Paranaense e Manchester United, da Inglaterra, exigiram o pagamento de uma taxa abusiva, mas que não foram correspondidos e acabaram cedendo, pois as emissoras ameaçavam um boicote contra os times. Um boicote das rádios significaria uma perda considerável na audiência já que os que não conseguem acompanham seus times na televisão, ouvem os jogos no rádio. E sabendo que, principalmente no Brasil, grande parte da população é refém da programação da TV aberta, que transmite apenas um jogo por rodada, o rádio acaba se tornando uma fonte de informação sobre o clube do coração.
A transmissão através do rádio ajuda os times a divulgar as ações de marketing das equipes, induzindo o torcedor a, por exemplo, ir para a loja oficial de seu time comprar produtos da marca ou adquirir ingressos para outros jogos. Os clubes usam o rádio, pois não precisam comprar espaços publicitários e a divulgação das ações perante os torcedores. Os clubes facilitam o acesso das rádios nos jogos, treinamentos e entrevistas, em troca desse espaço.


O RÁDIO NO CONTEXTO SÓCIOCULTURAL E ECONÕMICO BRASILEIRO

Inserido na vida da população, o rádio passou a ser mais que um aparelho no qual se poderiam ouvir partidas de futebol. Era muito comum o ouvinte reunir a família em volta do rádio, escutar as notícias e depois ouvir os pronunciamentos políticos para, enfim, começar a jornada esportiva.
O plantão esportivo, programa exibido nessa jornada, foi idealizado por Paulo Machado de Carvalho, na rádio Panamericana[5], que queria criar um serviço exclusivo de informações cobrindo todos os jogos da rodada.
Comandado por Narciso Vernizzi, o plantão esportivo passou a fazer parte da programação dos ouvintes em 1948. Vernizzi fazia o programa às 21h, na qual ele ficava com vários livros abertos em cima da mesa enquanto os ouvintes ligavam e faziam perguntas para que Vernizzi e quem mais estivessem junto com ele, respondessem.
Além do plantão esportivo, a rádio Panamericana criou também o Filmando a Rodada[6], programa que retransmitia os melhores momentos da rodada e era exibido nas noites de domingo. Algo parecido com as mesas redondas de hoje em dia.
Antes de ser criada a jornada esportiva, quem informava o ouvinte era o próprio narrador, que, durante a narração do jogo, dizia os resultados dos outros jogos. Mas com o temor de perder algum lance na narração do jogo, a jornada foi criada. Assim, o locutor teria mais tempo para se preocupar com a partida em si, melhorando a qualidade da transmissão.
Para Willy Conser[7], da rádio Itatiaia, diz que o plantão esportivo não é apenas fornecer informações como um papagaio, mas sim detalhar informações quando lhe for solicitado.
As transmissões radiofônicas da jornada esportiva começavam momentos antes das partidas, porém, com o passar dos tempos e da chegada da televisão, isso precisou ser mudado para que seu público continuasse fiel ao rádio. Com isso, a jornada esportiva passou a ter início de uma a até quatro horas antes do jogo e prossegue por várias horas assim que ele termina.[8]
Para o jornalista Claudinei Corsi, o rádio não se resume somente à transmissão do dia do jogo, pois durante os dias que antecedem a partida, as emissoras têm seus programas esportivos com muitas informações daquilo que vai acontecer, já antecipando informações e promovendo o espetáculo.
Não foi apenas pelo futebol que o rádio caiu no gosto do ouvinte. Na década de 1940, a programação mais popular começou a atrair mais audiência. A primeira telenovela estrearia em 1941. Depois começou uma programação que faria muito sucesso. O repórter Esso dava as notícias da 2ª Guerra Mundial (1939 a 1945) para toda a população, além de atrair a atenção do público para os discursos do então presidente, Getúlio Vargas. Próximo da década de 1950, a Rádio Continental de São Paulo iniciou as primeiras reportagens de rua, mas que tinham como conteúdo todos os tipos de reportagens, não especificamente o futebol.
Segundo Almeida e Micelli (2004), o rádio levou o esporte a todo o Brasil, mas foi além, contribuiu, de forma definitiva, para formar novos torcedores e realimentar a paixão de várias gerações.
Guilherme Mendes, diretor de comunicação do Esporte Clube Cruzeiro, acha incrível como a informação em um jogo de futebol pode transformar o comportamento da torcida, da mesma forma que a jogada de um atleta.
As transmissões esportivas no rádio brasileiro também foram responsáveis pelo desenvolvimento de outras áreas. No radiojornalismo, as coberturas ao vivo, conhecidas como hard news ganhou força em todos os segmentos, influenciados pelo jornalismo esportivo. Um exemplo clássico desse tipo de cobertura foram as transmissões por mais de 12 horas dos incêndios dos edifícios Joelma e Andraus, na década de 1970, pela Rádio Jovem Pan.
A influência do rádio era grande e a concorrência acirrada, principalmente nas grandes cidades como São Paulo: Uma emissora procurava não ser “passada para trás” pelas concorrentes. Em uma viagem para Europa na cobertura de alguns amistosos do São Paulo Futebol Clube, o dono da rádio Panamericana, Paulo Machado de Carvalho, esperou o fechamento dos jornais diários para irradiar um suposto jogo da equipe contra o Milan, da Itália. Todo o jogo foi narrado e, na manhã seguinte, dia 1º de abril, as outras rádios e jornais entravam com a informação do jogo. Pouco tempo depois a Panamericana veio a público explicando o ocorrido e justificou-se como uma brincadeira no “dia da mentira”. Mas a intenção era mesmo mostrar que as outras emissoras usavam da grande capacidade da Panamericana para fazer o seu telejornalismo, o popular Gillete Press. (SOARES, 1994)


O RÁDIO E O OUVINTE - O MELHOR PARCEIRO DO TORCEDOR

Desde o surgimento do rádio, o futebol tem se mostrado como peça fundamental para unir o aparelho ao ouvinte, no caso, o torcedor. Mas se engana que o rádio sempre teve a mesma facilidade de compreender o que se passa no jogo, descrita pelos narradores. Foi um processo evolutivo. Passou-se a utilizar alguns artifícios para que o ouvinte soubesse por onde a bola rolava. Para dar a real impressão do que se passava no jogo, Nicolau Tuma sugeria ao ouvinte que imaginasse o campo de jogo numa caixa de fósforos ou em uma carilina. Segundo Madrigal (2009), Nicolau Tuma, fez com que o ouvinte imaginasse a partida e pudesse ter a noção de tudo o que acontecia. Tuma dava algumas dicas ao ouvinte sobre referências de espaços e de que lado está cada time.
            Mesmo com a concorrência da televisão, em 1962, a Copa do Mundo no Chile ainda foi muito prestigiada pelos ouvintes de rádio, já que a televisão transmitia os jogos apenas dois dias depois e era um aparelho que apenas a elite econômica possuía. Com isso, a Rádio Bandeirantes resolveu instalar na Praça da Sé um enorme painel, repleto de lâmpadas que lembravam o formato de um campo de futebol. Alto-falantes se espalhavam pelo local para a transmissão que vinha diretamente do Chile. Para localizar os torcedores, as lâmpadas acendiam conforme o movimento da bola, reproduzidas por um operador. Embora exigisse muita criatividade do operador, a Praça da Sé lotou em todos os jogos da seleção brasileira. (FERRARETTO, 2005)
            Segundo Almeida e Micelli (2004), o rádio acabou se tornando o grande parceiro do torcedor devido a sua mobilidade, pelo fato de ser algo que pode ser levado a qualquer lugar. Praticidade por estar presente, hoje em dia estar na grande maioria dos celulares e acessibilidade, por estar acessível à grande maioria da população, além de contribuir na formação de novos torcedores e manter viva a paixão das antigas gerações pelo esporte. Mesmo com a troca do aparelho: o tradicional radinho sumindo e os smartphones ascendendo, o veículo ainda permanece vivo. As tecnologias sempre deixaram o rádio perto do ouvinte, seja no carro ou através do celular. O rádio se faz presente no cotidiano embora, às vezes, nem nos damos conta.
            Para definir o que o rádio significa para o torcedor, nada melhor que os próprios falarem o que o meio rádio representou na vida deles.   Embora a maior preferência dos torcedores seja ir ao estádio acompanhar seu time, dificilmente algum deles vai sem seu “radinho”.
            Para o jornalista Claudinei Corsi[9], o motivo dos torcedores ainda utilizarem o rádio é que, por ele, conseguem sentir toda a emoção transmitida pelo narrador, característica que vem desde os primórdios do rádio esportivo, além de ter muito mais informação a todo o instante. Para o torcedor, Rafael D’Assunpção, quem é apaixonado por futebol sempre quer saber a opinião específica de algum comentarista favorito ou informações de um repórter de confiança.
            O jornalista Marcel Capretz[10] diz que uma das características que fazem com que o rádio ainda tenha apreço com o torcedor é o modelo irreverente de transmissão, com mais entretenimento, tornando até aqueles jogos chatos, divertidos de se ouvirem. Essas características estão cativando até as mulheres a ouvirem os jogos.
            Mesmo para quem não vai ao estádio, o rádio é um parceiro quase inseparável. Para o jornalista e professor Pedro Courbassier[11], ouvir o jogo no rádio é um exercício de imaginação. “Antigamente, quando escutava os jogos do meu time, tinha vontade de ir ao local do jogo, conhecer o estádio e sentir a emoção da torcida. Isso, de certa forma, influenciou na escolha profissional.”
            Para o publicitário e jornalista Tadeu Italiani[12], o rádio é um companheiro, não só no estádio, mas em todos os lugares. Ele ouve os programas de debates esportivos e jogos no carro, por exemplo. Já o estudante universitário Samuel Peressin, fala que os jogos através do rádio, além do carro, pode ser ouvido até na sala de aula. Tudo para não se distanciar do futebol.
            Já Paulo Azeredo[13], da rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, acha difícil o rádio deixar de andar ao lado do futebol. Para ele, o torcedor que vê o jogo e sabe se um jogador está bem ou não, mas prefere se basear na opinião do comentarista.
            E não precisa nem ser um jogo entre profissionais para cativar os torcedores a ouvirem o futebol no rádio. Segundo a Universidade Federal de Goiás, a transmissão do campeonato de futebol de várzea de Goiânia, no ano de 2001, feita pelos estudantes de jornalismo da instituição, conseguiu a segunda maior audiência nas tardes de sábado. Mostra de que basta um jogo para os ouvintes estarem ligados, principalmente se este jogo não está na tela da televisão.
Para o jornalista Celso Unzelte[14], o rádio é a maneira mais acessível do torcedor. Ele mesmo não vai ao estádio sem o seu. Porém, vem notando que os torcedores com rádio nos estádios têm diminuídos e os poucos que se veem são de pessoas com uma faixa etária mais elevada. Hoje em dia, a tecnologia permite que se veja televisão nos estádios e isso tudo nos celulares, smartphones e tablets, fazendo com que a popularidade do rádio despenque ainda mais.


PROFISSIONALISMO NO FUTEBOL

O primeiro jogo profissional realizado no Brasil foi entre São Paulo da Floresta contra Santos Futebol Clube, com vitória do time paulistano por 5 a 1, em jogo válido pelo torneio Rio-São Paulo, em 19 de julho 1933 (SOARES, 1994).
Desde essa data, o rádio se fez presente como fiel companheiro da grande maioria dos torcedores de futebol, seja daqueles que vão aos estádios ou dos que ficam em casa. Segundo Santana, o futebol seria “outra coisa” sem o rádio. Menos emocionante seguramente.
Para Gastaldo (2011), o fato dos torcedores acompanharem o jogo com os olhos no gramado e usarem seus radinhos de pilha (hoje, muitos usam seus celulares) colados ao ouvido, escutando o discurso do locutor e dos comentaristas, pouco acrescentam, pois o mesmo está vendo o jogo. Mas não consegue acompanhar a partida sem estar com seu rádio, diferente do que pensavam os dirigentes que tentaram proibir a entrada dos narradores nos estádios para irradiar os jogos, antes mesmo que o futebol se profissionalizasse. Afinal, foi graças ao destaque dado ao futebol pelas rádios que possibilitou o esporte se tornar popular no Brasil. Segundo Gastaldo (2011), o futebol, no Brasil, é um fenômeno que atravessa as linhas do campo de jogo, ritualizando alguns mitos de vários aspectos.
O surgimento de novas rádios para cobrir o futebol já era uma realidade. As que não conseguiam fazer a transmissão entravam em rede com alguma outra, no melhor estilo agência de notícias.
Percebendo o sucesso do futebol com a população, as rádios começaram a investir nas transmissões esportivas, levando os narradores para irradiarem jogos em outros países.
A primeira transmissão internacional aconteceu em 1936. Foi a transmissão do Campeonato Sul-Americano, realizado em Buenos Aires e foi narrado por Gagliano Netto. Já a primeira partida intercontinental foi entre as seleções de Brasil e Polônia, que teve como vencedor o escrete brasileiro por 6 a 5, em jogo válido pela III Copa do Mundo de Futebol, realizada na França, em 1938, e teve, novamente, Gagliano Netto incumbido de assumir a responsabilidade de irradiar a partida pela Rádio Clube do Rio de Janeiro. (ALMEIDA e MICELLI, 2004)
O futebol se viu então dependente do rádio para evoluir. Junto a essa reação, vieram as publicidades. Com o aumento do número de jogos transmitidos, a propaganda se fez presente no rádio com grande frequência, aumentando o dinheiro empregado e, consequentemente o investimento e a qualidade do trabalho. Mas não foi somente no futebol que as publicidades cresceram. Algumas empresas patrocinavam repórteres e esses levavam o nome da marca no noticiário. O caso mais contundente é o Repórter Esso[15], que iniciou sua trajetória no rádio em 1941.
Madrigal aponta outro fato que influenciou com que o futebol se consolidasse no rádio e vice versa.

A autocensura foi instituída, com possibilidade de cassação da concessão das emissoras que se colocassem contra um governo que atravessava uma crise e tinha na imprensa um grande obstáculo para a manutenção do poder; o veículo que tinha necessidade de se firmar junto à sociedade e o futebol, um esporte que também se profissionalizava e necessitava de grandes públicos nos estádios, para uma arrecadação que permitisse bancar os custos (SILVA, 2008 apud - SOARES, 1994, p. 25).

            Segundo Corsi, quanto maior a divulgação pelo rádio, maior o número de pessoas e clubes que praticavam, fazendo, com isso, que a profissionalização acontecesse rapidamente.


PÓS-GUERRA E A CONSAGRAÇÃO COM A COPA DO MUNDO DE 1950
           
Por ser um país que reúne muitos povos de origens diferentes, o Brasil foi um dos lugares que mais precisavam e queriam saber os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. O grande número de imigrantes alemães, japoneses e italianos tinham no rádio a chance de saber notícias de seus conterrâneos. Se aproveitando que a função de repórter começava a render lucros para as empresas, eles passaram a ser patrocinadas. Foi aí que surgiu o Repórter Esso, um programa que, tinha o patrocínio da conhecida marca de combustíveis. Várias empresas se aproveitaram do sucesso de muitos repórteres para divulgar sua marca.
Com a Copa do Mundo de Futebol se realizando no Brasil, em 1950, diversas emissoras de rádio cobriram o evento e principalmente a final. Só do Rio de Janeiro, treze emissoras de rádio estavam no estádio do Maracanã, junto com os cerca de 200 mil torcedores presentes para presenciar a mais trágica derrota do futebol brasileiro. (RIBEIRO, 2007)
Ribeiro define a Copa de 1950 assim: “Apesar do fracasso da seleção, o torcedor das arquibancadas parecia cada vez mais seduzido pelo futebol. Grande parte dessa paixão desenfreada poderia ser creditada à mídia esportiva, que crescia em ritmo acelerado.”
Já Chico Buarque de Holanda, define a importância do rádio, para ele, na Copa de 1950, em um artigo para o jornal O Estado de São Paulo.

A verdadeira Copa, para quem morava em São Paulo, chegava pelas ondas da Rádio Pan-americana. Mais que o locutor, era o eco do Maracanã quem narrava o jogo. O estádio fazia ÔóóóóóóóóóóóÕ, e era jogada de efeito. Fazia Ôúúúúúú"Õ, bola raspando a trave. Fazia "hhhhhhhhhhhhhhhh", Brasil de novo no ataque. Gol, e o Maracanã explodia, e a gente cantava touradas de Madri pulando na cama. No dia em que perdemos a Taça para o Uruguai, claro que desliguei o rádio e taquei a culpa no Maracanã. (FERRARETTO, 2005. Apud. BUARQUE, Chico. O Estado de S. Paulo, jun, 1994)



CONSAGRAÇÃO COMO OBJETO ESSENCIAL PARA O JOGO

            Para quem viveu a época áurea do rádio ou pelo menos teve parte da vida ouvindo os jogos de futebol com as grandes feras da narração esportiva, dificilmente consegue abandonar o rádio. Por mais que exista a televisão, o rádio é a melhor maneira de acompanhar tudo o que se passa na rodada de algum campeonato, devido ao seu dinamismo, seu compromisso com a notícia e a necessidade de apenas “falar” o que se passa sem distrações. Isso torna o rádio algo quase que fundamental nos jogos, principalmente aqui no Brasil onde – dentro dos estádios - não temos a mesma qualidade (quando temos) nos telões e placares eletrônicos que são atualizados a cada instante com informações muito mais do jogo em si, mas também de outros.
            Em momentos decisivos, a única maneira de saber o resto da rodada é com o rádio. Claro que estando em casa ainda há a comodidade da internet e da TV. Mas pra quem vai ao estádio, o rádio tornasse um objeto de extrema importância.
            Independentemente do lugar, os torcedores adoravam ouvir o rádio. Talvez por ser o objeto mais acessível, durante muito tempo, já que a TV passou a fazer parte do cotidiano de, pelo menos boa parte da população, a partir da década de 1970. Antes disso, era comum os torcedores se reunirem para ouvir, desde os primórdios das transmissões esportivas, especialmente com a Copa do Mundo de 1938, a primeira transmitida para o Brasil, ao vivo.
           
Bares, restaurantes, casas ou qualquer lugar que tivesse um rádio transformava-se num ponto de encontro para que as pessoas se reunissem. Os fenômenos da popularização do futebol e do rádio caminhavam juntos e alimentavam um ao outro, criando uma forte identidade cultural brasileira. (FERRARETTO, 2000, p.25)

            Com a chegada da televisão, os dirigentes tiveram o mesmo receio que tiveram com o rádio no início das transmissões esportivas, que ela “roubasse” o torcedor dos estádios e fizessem com que eles preferissem ver o jogo em casa a ir ao estádio. Isso deu ainda mais prestígio ao rádio, já que o mesmo ficou mais valorizado pelos clubes.
            Devido à simplicidade do equipamento, o rádio passou a ser até mais valorizado que a televisão.

Ainda assim o rádio continuava a ser o maior transmissor de jogos de futebol. O rádio se tornava ainda mais forte, porque naquela época a programação de televisão era ao vivo e a transmissão do futebol nos mesmos moldes era muito trabalhosa e complicada. (FERRARETTO, 2000, p.40)

Com o crescimento do esporte no Brasil e as evoluções tecnológicas, cada vez mais o espetáculo do futebol precisava ser assistido com um amplo repertório de informações, trazendo mais conforto ao telespectador, porém não deixando de lado o consumo em massa. Foi assim que a televisão conseguiu seu espaço com os torcedores. Apesar de sofrer restrições de transmissões como o rádio, a televisão precisava de audiência e o único jeito era “liberar” a transmissão dos jogos. (RIBEIRO, 2007)
Mas, para Corsi, a importância do rádio foi e é muito grande para o futebol, pois o rádio não se resume apenas à transmissão no dia do jogo. As emissoras procuram divulgar informações que promovam o espetáculo nos dias que antecedem a partida.
            Ter a capacidade de cativar o torcedor, principalmente para os que não estão no estádio, com o ambiente – e suas emoções - da partida é a missão do narrador. Toda essa emoção faz o torcedor ouvir o jogo no rádio como se estivesse no estádio e é isso que faz com que se torne algo essencial para se acompanhar o futebol.

Você tá transmitindo, tenho que narrar, passar aquela emoção, aquela dinâmica, viver o jogo, passar para o ouvinte aquela emoção...e o repórter pegar detalhes que a gente, lá de cima na cabine, não está vendo. Os detalhes do treinador que chamou, que chamou a atenção. “Olha, tem que marcar ali, tem que pegar...” , você entendeu? Ou um jogador que ele ouve atrás do gol, ele consegue ouvir que um jogador tá reclamando com o outro...” (GUERRA, 2006. Apud. REIS, Osvaldo)


CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Depois de ser tido como um perigo para o futuro do futebol, o rádio passou de mero coadjuvante a protagonista nesse quesito. Tudo isso porque ajudou a desenvolver e profissionalizar o esporte mais popular do país, mesmo a contragosto da maioria dos dirigentes esportivos.
            Com o auxilio do rádio, o futebol deixou de ser elitista e se incorporou nas vidas de todas as pessoas, fazendo parte do cotidiano até hoje, porém com proporções muito maiores.
            Pelas ondas do rádio, o futebol se profissionalizou e através das mesmas, trouxe as primeiras alegrias e emoções de uma Copa do Mundo para os brasileiros, em 1938.
            Contando sempre com pessoas dispostas a transmitir a emoção do futebol a quem não podia acompanhar os jogos, o rádio cresceu muito em função dos narradores que algum tempo depois passaram a ter a companhia dos comentaristas e dos repórteres de campo para mostrar não só o que se passa dentro das quatro linhas, mas tudo o que acontece antes e depois das partidas, seja no estádio ou fora dele. Isso difundiu a imagem do futebol em todos os cantos do Brasil, tornando-o um esporte cada vez mais prestigiado e consequentemente mais desenvolvido.
            Muito se falou extinção do veículo de comunicação com o surgimento da TV, mas o reflexo foi outro. O rádio se reinventou. Por ser mais ágil (devido a equipamentos menores) e ser mais acessível, o rádio se popularizou ainda mais pela praticidade e por estar no local onde o torcedor precisava também possuir informações de uma maneira que ele não encontrava em nenhum outro lugar.
            Ribeiro (Apud BEZERRA, 2007) define assim: O rádio dividiu espaço com os jornais e acabou dominando o jornalismo esportivo, com a vantagem da narrativa ao vivo e do detalhe.
Se reinventando, emocionando mais que a televisão e estando mais junto dos torcedores, o rádio pode continuar existindo e cativando os novos ouvintes que surgirão.
            Hoje o futebol profissional não depende exclusivamente do rádio, mas o veículo de comunicação ainda é peça fundamental do esporte. Apesar de ser menos apreciado, ainda há quem não consiga “ver” o futebol sem o seu grande parceiro.

  
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Flávio. O rádio, o futebol e a vida. Editora Senac. São Paulo. 2001

BEZERRA, Patrícia Rangel Moreira. O futebol midiático: Uma reflexão crítica sobre o jornalismo nos meios eletrônicos. 151p. (Mestrado em Comunicação). Faculdade Cásper Líbero. São Paulo 2008.

­­­ESPM, vários. Comunicação, mídia e consumo. Escola Superior de Propaganda e Marketing. Ano I, v. 1, n. 1 (maio 2004) – São Paulo: ESPM, 2011.

GASTALDO, Édison. Uma arquibancada eletrônica: Reflexões sobre futebol, mídia e sociabilidade no Brasil. Unisinos, 2005. Disponível em:. < http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/campos/article/view/4512/3530>. Acesso em 7 março 2011

GLADIS, Viviane. A paixão pelo rádio. Publicado dia 23 setembro 2006. Disponível em:. <http://www.correiodatarde.com.br/editorias/esporte-7370> . Acesso em : 25 fevereiro 2011

GONÇALVES, Michelli Cristina de Andrade; CAMARGO, Vera Cristina Toledo. A memória da imprensa esportiva no Brasil: A história (re) contada através da literatura.In: V Encontro de Núcles de Pesquisa da Intercom. Comunicação e esporte, 2005. Disponível em:. <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R1815-2.pdf> . Acesso em 07 março 2011

GUERRA, Márcio. In: Intercom, 2006, Rio de Janeiro. Rádio x Televisão: o jogo da narração. A imaginação entra em campo e seduz o torcedor.

MADRIGAL, Daniel Baptista. Futebol narrado na rádio e na televisão. As vozes da paixão brasileira. (Mestrado em Comunicação). Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2009.

MARTINS, Cristiano et al. Transmissões esportivas radiofônicas: a construção do discurso em um espetáculo à parte no futebol. [Filme-vídeo]. PUC-Minas, 2008, 15min51seg.

MICELLI, Márcio; ALMEIDA Alda de. In: II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho, 2004, Florianópolis.  Rádio e futebol: Gritos de gol de Norte a Sul.

RIBEIRO, André. Os donos do espetáculo. Histórias da imprensa esportiva no Brasil. Editora Terceiro Nome. São Paulo. 2007.

SANTANA, Jorge Angrisano. O inventor da emoção no futebol. Publicado em 1 dezembro 2007. Disponível em:. <http://cruzeiro.org/blog/o-inventor-da-emocao-no-futebol/>. Acesso em: 24 fevereiro 2011

SCHETINI, Vivian. Rádio e televisão: Levando emoção ao torcedor de futebol.  Monografia (Graduação em Comunicação Social). Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2006.

SILVA, Ednelson Florentino da. Narração esportiva no rádio.  Subjetividade e singularidade do narrador. (Mestrado em lingüística aplicada). Universidade de Taubaté. Taubaté. 2008

SIQUEIRA, Ethevaldo. O rádio antes e depois da TV. 90 anos do rádio. Parte 4. Disponível em:. <http://blogs.estadao.com.br/ethevaldo-siqueira/2010/10/30/o-radio-antes-e-depois-da-tv/>. Acesso em 6 março 2011

SOARES, Edileuza. A bola no ar. O rádio esportivo em São Paulo. Editora Summus. São Paulo. 1994.




ANEXO I

Jornada esportiva – Rádio 105 FM
Dia 31/07/11 - Avaí x Corinthians

15:00 – Início da jornada esportiva com Marcel Capretz
15:00 – Informação do jogo a ser transmitido, posição dos clubes no campeonato e outro jogo que a emissora acompanhará, São Paulo x Vasco, por ser um time do estado de São Paulo
15:05 – Informações do Corinthians
15:10 – Informações do Avaí
15:12 – Informações do São Paulo
15:17 – Informações do Vasco
15:22 – Informações do Palmeiras que jogou no dia anterior
15:28 – Informações sobre a partida Atlético-PR x Santos, que acontecerá na sequência do jogo
15:32 – Escalação do Corinthians
15:35 – Escalações de São Paulo e de Vasco
15:36 – Classificação do Campeonato Brasileiro
15:37 – Escalação Avaí
15:42 – Palpites da rodada dos comentaristas e repórteres
15:45 – Hugo Botelho inicia a transmissão da partida com informações sobre os times
15:49 – Resultados da rodada
16:00 – Início da partida
16:50 – Intervalo da partida com informações dos jogos da rodada
17:11 – Início do segundo tempo da partida
17:55 – Final da partida
17:56 – Entrevistas com os jogadores
18:00 – Considerações dos comentaristas, classificação do campeonato e informação dos próximos jogos.
18:16 – Entrevistas pós-jogo
18:21 – Término da transmissão



[1] Ary Barroso, mineiro nascido em Ubá, foi compositor, radialista e vereador do Rio de Janeiro. Como locutor, trabalhou na Rádio Cosmos de São Paulo, com o programa Hora H. Depois seguiu para a Rádio Cruzeiro com o mesmo programa. Lá apresentou também o programa Calouros em Desfile. Em 1938, foi para a Rádio Tupi onde começou a carreira esportiva: Era locutor e comentarista. Faleceu em 1964.
[2] Estúdios cinematográficos construídos por Adhemar Gonzaga, no bairro de São Januário, próximo ao estádio, no ano de 1931.
[3] As organizações Byington era um grupo de origem alemã, que em 1934 tinham quatro emissoras de rádio, duas em São Paulo, Cosmos e Cruzeiro do Sul, e duas no Rio de Janeiro, Clube do Brasil e Cruzeiro do Sul, que além de fabricar aparelhos de rádio, tinha lojas de materiais elétricos e de iluminação espalhadas por todo o país (Ribeiro, 2007)
[4] O giro esportivo é um pacote de informações prestadas pelas emissoras antes e depois dos jogos
[5] Atual Rádio Jovem Pan, em São Paulo
[6] Interessante mostrar que antes mesmo da televisão usava-se o termo “Filmando”, pois o programa apenas mostrava trechos de jogos mas pelo rádio.
[7] Willy Conser é narrador da rádio Itatiaia de Minas Gerais
[8] Para se ter uma ideia da grandeza desse trabalho, veja em Anexo o modelo de transmissão que a rádio 105 FM faz em sua jornada esportiva
[9] Claudinei Corsi é jornalista da Rádio Brasil de Campinas e da Rádio Jovem Pan Sat
[10] Marcel Capretz é jornalista da tevê TVS – SBT e da rádio 105 FM
[11] Pedro Courbassier já trabalhou como jornalista esportivo
[12] Tadeu Italiani é publicitário e jornalista na cidade de Itu-SP
[13] Paulo Azeredo é jornalista da Rádio Inconfidência, de Minas Gerais
[14] Celso Unzelte é professor da Faculdade Cásper Líbero, pesquisador e jornalista / comentarista na ESPN Brasil
[15] Repórter Esso foi um noticiário de rádio e tevê que iniciou em 28 de agosto de 1941 e 10 de abril de 1952, respectivamente e se encerrou em 31 de dezembro de 1968 no rádio e 31 de dezembro de 1971 na televisão que tinha suas reportagens com abordagens político-ideológicas

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