Futebol é um jogo até certo ponto injusto que pode
transformar qualquer um de herói em vilão, em fração de segundos. E até mesmo
na Champions League esses fatos acontecem. Na final entre Bayern e Chelsea,
grande maioria apostava no time bávaro, com certo rancor dos blues, por terem
eliminado o Barcelona.
Para esses papeis de heróis e vilões, os primeiros que se
destacaram foram Cech e Neuer, pelo lado dos heróis. Com excelentes defesas,
principalmente do arqueiro tcheco, pararam qualquer chance de gol, até porque a
missão do Chelsea era claramente se defender. Robben e Ribery se esforçavam,
mas não conseguiam vazar a defesa inglesa.
O primeiro candidato a herói foi o alemão Thomas Müller, que
marcou o primeiro tento do time alemão, já perto do final do jogo. Muitos
creditaram o gol a uma possível falha de Cech, porém, para quem entende um
mínimo de futebol, sabe o quão difícil é defender uma cabeçada a queima roupa,
ainda mais quando ela quica no chão.
Minutos depois, Drogba foi mais um candidato a herói. Após
cruzamento de Mata, o avante marfinense acertou uma fortíssima cabeçada,
empatando o jogo, a dois minutos do final. Para alguns, a cabeçada do camisa 11
foi defensável para Neuer, que chegaram a creditar uma falha na conta do
arqueiro.
Empate nos noventa minutos e o jogo acabou indo para a
prorrogação. Em poucos minutos, Drogba, herói do tempo regulamentar, cometeu um
pênalti estúpido em Ribery e esteve a ponto de ser odiado por muitos. Mas, para
salvá-lo, Cech parou Robben, que já havia perdido um pênalti decisivo no
campeonato alemão. Assim, Cech passou de vilão, por causa do gol sofrido para
herói, um grande herói, aliás. Já o holandês, um dos carrascos do Brasil na
Copa do Mundo, não sabia onde enfiar a cara, tamanha decepção.
A chance do Bayern foi com Robben. Após o pênalti, cansadas,
as equipes poucos fizeram além de arrastar o jogo aos pênaltis. Nessa hora, é
onde mais se consagram principalmente os goleiros.
Na primeira cobrança do Bayern, Lahn converte, mas por pouco
Cech não defende. Na sequência é a vez de Neuer se consagrar. Depois de parar
somente Kaká e Cristiano Ronaldo na semifinal, o goleiro alemão para Mata. Tudo
ia bem para o Bayern. A torcida já preparava o grito até Olic bater. Com
displicência, o croata que não jogará no time de Munique na próxima temporada
não converteu e Cech volta a brilhar.
Schweinsteiger carregará o peso da cobrança desperdiçada
Empatado em três gols, chega a vez de Schweinsteiger, um dos
maiores ídolos do Bayern cobrar. Autor do gol na classificação ante o Real
Madrid, dessa vez parou nas pontas de dedos de Cech e na trave. Imediatamente
caiu em choro, considerando ser o grande vilão dessa trágica história. Ele que
gostaria de estar no Camp Nou, em 1999 para ajudar o Bayern a não tomar a
virada do Manchester United e se tornar o herói, acaba se tornando o vilão, mas
para aqueles que só viram o pênalti e não sua história.
Para finalizar, chegava a vez de Drogba. Um gol e o Chelsea
conquistaria, enfim, a tão sonhada Champions League. Na cobrança, sem chances
para Neuer. Drogba que foi pilar da classificação na semifinal e empatou o jogo
no tempo normal quase pôs tudo a perder com o pênalti, mas no fim, coube a ele
ser o grande herói dessa conquista.
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