03/08/2012

E a renovação?

O handebol feminino foi um dos poucos esportes em que houve renovação e eficiência

Não somos nenhuma potência olímpica, longe disso. Nossa maior expectativa de medalha, além do judô e da natação, vem dos esportes coletivos. Futebol, vôlei, basquete e handebol, tanto feminino quanto masculino foram sempre esperança de medalhas, por mais que algumas como o basquete feminino e o handebol masculino fossem quase impossíveis.

Sabemos da diferença, que se por um lado os esportes individuais o atleta compete até se sentir incapaz de brigar por algo, no coletivo não. Não basta um estar bem se os outros vão mal. Por isso a renovação é importante (em tempo, renovação nos esportes individuais é importante mas tem um processo diferente dos coletivos). Dos esportes coletivos citados, com exceção do futebol masculino que a cada Olimpíada é um time diferente por causa da limitação de idade e do handebol masculino que nem sequer veio aos jogos, houve pouquíssima renovação.

O futebol feminino é quase o mesmo time que perdeu a final olímpica para os Estados Unidos. A única grande revelação foi a atacante Thaisinha. Marta e Cristiane não são mais nem sombra da dupla que tanto alegrou o país. Assim, dependendo só delas, o time sucumbiu ainda nas quartas de finais.

O vôlei feminino é outro que manteve a mesma base. Tá certo que o time foi campeão olímpico, mas ainda assim, foram poucas as novas jogadoras. Não a toa o time não consegue imprimir o mesmo ritmo, podendo cair fora ainda na primeira fase. O time masculino segue a mesma linha. Apesar de já ser um esporte consolidado no Brasil, ainda vive um processo de renovação lenta. Do time vice campeão olímpico, poucas renovações. Tudo bem que por exemplo Lucão e Visotto foram gratas apostas que deram certo, mas ainda é pouco para quem tanto conquistou nos últimos anos, quase sempre com um mesmo time.

Talvez a única exceção seja o handebol feminino, que era desconhecido até o técnico dinamarquês Morten Solbaken assumir o comando e elevar as meninas de patamar, tornando-as candidatas a medalha nos Jogos de Londres.

O vôlei de praia, que não tem como ter uma renovação tão profunda, por causa do entrosamento, foi quem melhor se adaptou, pois saíram Adriana Behar, Shelda, Leila, José Marcos, Loiola e veio uma boa sequência com Juliana, Larissa, Alisson, Pedro Cunha, somando com a experiência de Ricardo e Emanuel.

Nos esportes coletivos, vivemos tempos mais difíceis que em Pequim-2008. A chance de medalha já é menor e só reflete cada vez mais que apesar de manter uma base vencedora em tempos passados, faltou renovação. Com os resultados não vindo, a renovação deverá acontecer, mas da pior maneira possível, colocando ainda mais pressão nos novos talentos.


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