Palmeiras e Marcos Assunção, uma interminável novela teve fim nesse domingo. O fim de uma era marcada por belas cobranças de falta e assistências precisas que foram coroadas com o título da Copa do Brasil, mas manchadas com o rebaixamento do time. Marcos Assunção não joga mais no Palmeiras. Apesar de ainda não ter uma versão oficial sobre a não renovação com o meia, muitos especulam que os salários não estavam sendo acertados. Uns diziam que ele ganhava 120 mil, outros 300, mas o certo é que a pedida para jogar mais doze meses pelo Palmeiras chegava na casa dos 400 mil reais.
Assim como todos os palmeirenses, serei eternamente grato pela contribuição técnica e pela raça demonstrada (da talvez melhor contratação dos últimos dez anos do clube) e por sempre ter "dado a cara à tapa", mas duvido que alguém ouse colocar o nome de Marcos Assunção ao lado de figuras eternas do alviverde como Evair, César Maluco, Dudu ou até mesmo César Sampaio. De Marcos e Ademir da Guia nem se fale. Marcos Assunção tinha a chance de se eternizar com a camisa do Palmeiras em pouco tempo de casa, mas jogou tudo ao alto pelo dinheiro.
Claro que é fácil falar do dinheiro dos outros, porém é preciso refletir o momento. Em uma queda para a segunda divisão, é normal que os principais nomes saiam. Os que ficam, ficam por que gostam do clube, vide exemplo de Henrique. Marcos Assunção sempre assumiu gostar do Palmeiras. E será que tal paixão não seria capaz de fazê-lo abdicar de 100 mil reais ao mês? Sim, falo de abdicar de 100 mil mensais, 1,2 milhões de reais ao ano, mas falo isso de alguém que já ganhava 300 por mês e já tem estabilidade financeira suficiente. Juninho Pernambucano jogou uma noa no Vasco ganhando salário simbólico.
Os jogadores que ficarão, terão a chance de trazer o Palmeiras de volta à elite e ficarem lembrados por isso. Marcos deixou de lado o Arsenal para jogar a série B e a torcida o amou ainda mais. Na Juventus, Buffon e Del Piero permaneceram ao lado do time no pior momento do clube e tem seus nomes marcados no coração do torcedor, diferente de Vieira, que após a queda tratou de mudar de ares e hoje é detestado por muitos em Turin. A situação de Assunção é diferente e o destino também. Odiado ele não deverá e nem merece ser, mas perdeu a chance de ser idolatrado.
A vida com ou sem ele segue no Palmeiras. Agora abre-se ainda mais espaço para João Denoni, que tomou conta da vaga de primeiro volante justamente com a lesão de Assunção. O garoto, fruto da base pouco pródiga, tem a oportunidade de fazer os torcedores nem lembrarem do camisa ex-camisa 26. E assim como Denoni, outros garotos (Bruno Dybal e Souza) vem a saída de Marcos Assunção como a chance de ganhar um espaço que tinha vaga cativa e marcar o nome na história alviverde. Já Ayrton, pode suprir as perfeitas cobranças de falta.
E assim a vida segue. Garotos tendo uma chance, o Palmeiras tentando se reerguer e o Marcos Assunção como apenas mais um bom nome que passou pelo Palestra Itália.
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