02/12/2012

As lembranças dos campinhos de terra e do Olímpico

É assim que nos lembraremos do Olímpico

Gremistas, eu entendo-os. Entendo a dor de "perder" um estádio. Era apenas meu terceiro jogo no Palestra Itália quando presenciei nem tanto a derrota para o Boca Juniors, mas sim o fim de uma era, um palco mítico, o local onde o Palmeiras havia conseguido uma de suas maiores glórias, onde diversos craques se formaram e se consagraram. Claro que houveram vexames, mas isso não chega nem perto da gloriosa história. Tal como o Palestra Itália foi, também será o Olímpico. A diferença é o lugar, que no Sul não será o mesmo, mas isso pouco importa. Do antigo estádio, apenas resta a lembrança e a história. 

As Arenas chegam apenas para engrandecer ainda mais o time, assim como acontece com tanta normalidade ao redor do mundo. Serão novos palcos que apenas complementarão as histórias deixadas pelo Olímpico e pelo Palestra Itália. Um novo estádio não significa o fim do mundo. O que não pode deixar de acontecer são as lembranças se apagarem.

Eu, com minha pouca experiência, já vi muitos de meus palcos futebolísticos serem extintos, mas jamais me esquecerei deles. Quem aí não se lembra da primeira mesa de futebol de botão, do primeiro campinho de terra ou da primeira parede com três riscos que formavam uma meta? Foram nossos Palestras Itálias ou nossos Olímpicos durante nossa formação, no momento em que passamos a amar o futebol. Mas aos poucos eles se foram. A parece caiu, a mesa quebrou e o campinho virou praça ou casa. E nem por isso paramos de jogar "nosso futebol". Aos poucos foram aparecendo um gramadinho aqui, um portão de garagem ali ou até mesmo aquela quadra de cimento, onde cada vez que se caía era um hematoma formado.

Hoje, estamos mais "frescos" e trocamos a rua pelo campinho society ou por aquela quadra de salão. E assim como nós, o futebol esqueceu a nostalgia de um Maracanã lotado com mais de 150 mil pessoas, para se adequar ao padrão chato do futebol moderno, com mais cadeiras e áreas vip e menos bandeiras, menos gritaria e menos alegria. Palcos como os antigos, só veremos se formos numa Rua Javari ou numa Bombonera, mas sempre nos lembraremos de nossos campinhos como nos lembramos do Palestra Itália ou do Olímpico, assim como também lembraremos do Beira-Rio, do Mineirão, do Maracanã ou do Rasunda.

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