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04/02/2013

Estádios novos, problemas antigos.



Foi um show ver, tanto o Castelão quanto o Mineirão sendo inaugurados novamente. Reformados e com aparência moderna e imponente são os primeiros estádios da Copa a dar o ar da graça. Junto deles, a Arena do Grêmio também se apresentou ao público como o futuro do futebol brasileiro. Porém, ambos tiveram algo em comum, os problemas. Apesar de modernos, não deixaram velhos problemas de lado e ainda criaram polêmicas que só terão fim com decisão judicial.

Em Porto Alegre, o estádio gremista foi inaugurado ainda em 2012, com um amistoso contra o Hamburgo. Antes mesmo da bola rolar, já pôde-se ver o péssimo estádio do gramado, confirmado na hora do jogo. Com muita areia e a grama soltando, gerou muita reclamação dos alemães. Passados mais de um mês, o primeiro jogo oficial aconteceu e junto dele, quatro dias após a tragédia em Santa Maria, um alambrado que cai, ferindo sete pessoas. Mas não caiu a toa, caiu por causa da famosa "avalanche" dos torcedores ao comemorar um gol. Muitos não aprovam a atitude da torcida, mas antes de criticá-los, vale perguntar como um estádio ainda cheirando a novo tem parte do concreto que segurava o alambrado se esfarelando como areia. Agora, cabe à justiça e a diretoria do Grêmio decidir se essa foi a última avalanche da torcida gremista.

Em Fortaleza, menos mal que não tivemos problemas dentro do campo, mas fora dele...Ingressos incrivelmente caros (assim como em tantas partes do país) e diversos problemas nos arredores que causaram diversas reclamações do torcedor.

Quem dera se no Mineirão os problemas fosses "só" os de Fortaleza. De pessoas com ingressos que não conseguiram entrar até falta de água, o que se viu no Mineirão foi claramente um estádio inacabado que foi inaugurado as pressas para faturar. Sem as condições básicas, como vamos receber uma Copa do Mundo? A multa de um milhão de reais para a Minas Arena, proprietária do estádio, soa como um alento, mas não como solução.

Alguns ainda entendem tal fato como um alento por isso acontecer antes da Copa do Mundo. Mas tratar o torcedor brasileiro, aquele que manterá vivo essas arenas após o mundial, como um lixo só para agradar gringo? Temos que tratar os torcedores que vão ver desde um Cruzeiro x América de Teófilo Otoni até os que verão a semifinal de Copa do Mundo da mesma maneira, sem nenhuma exclusividade.

Ainda teremos mais dez estádios que sediarão algum jogo da Copa do Mundo, além daqueles como a Arena Palestra que não fazem parte da lista do mundial. Veremos se os responsáveis se preocuparão em apressar a inauguração só para satisfazer dirigentes que ficam nos camarotes e deixar a bola rolar num campo de obras no um país da Copa ou terão as mesmas precauções que estão tendo com as boates de todo o país. O problema é que essas precauções vieram depois de uma tragédia. Espero que nada similar precise acontecer em um estádio para o torcedor seja tratado com todo o respeito.

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