Posso dizer que, futebolisticamente, em termos nacionais meu ano não foi dos melhores. Porém, como grande apreciador do futebol, não tenho do que me queixar. Vi lágrimas de felicidade e de tristeza, vi tabus serem quebrados, vi pequenos derrotarem grandes e mais do que tudo, vi a verdadeira essência do esporte.
O ano até que começou bem, afinal o Corinthians foi eliminado precocemente da Libertadores e eu, como bom palmeirense, não podia deixar de tirar uma casquinha. Mas tão logo a alegria se tornou tristeza, pois um dos meus grandes ídolos abandonou os gramados graças a essa derrota. Ronaldo parou de jogar e suas palavras na despedida emocionaram todo o Brasil.
Em campos europeus a felicidade foi maior, a começar pelo Schalke que fez uma inédita e espetacular campanha na Liga dos Campeões, chegando até a semifinal, na qual acabou perdendo para o Manchester United. Mas a grande partida foi contra a Inter, onde o time alemão ganhou de 5 a 2 em plena Itália. De quebra ainda venceu a Copa da Alemanha.
E toda essa brilhante campanha se deve muito a Raúl. O atacante espanhol é o grande líder do time e, somado a sua categoria e seus gols, tornaram essa uma das grandes temporadas dos azuis reais, mesmo com uma pífia colocação na Bundesliga.
Outro time azul e branco que se destacou foi o Porto. Comandado por André Villas Boas o time português foi a grande sensação da Europa League, tendo a dupla Falcão-Hulk quase que imparável. O atacante colombiano se transferiu para o Atlético de Madrid e o técnico português para o Chelsea, deixando o avante brasileiro sozinho, mas ainda assim segue valorizado e é uma das grandes cobiças do mercado europeu.
Mas o Porto não surpreendeu a Europa. Os times que deram o que falar nessa primeira fase da Liga dos Campeões foram Basel e APOEL. Os suíços eliminaram o todo poderoso Manchester United enquanto os cipriotas foram mais além e venceram o grupo que tinha o próprio Porto, Zenit e Shakhtar.
Em termos de seleções nacionais, a maior surpresa foi a Venezuela que, sob o comando de César Farias, alcançou o quarto lugar na Copa América. Depois de surpreender a América, agora a seleção vino tinto quer surpreender o mundo se conseguir a vaga para a Copa do Mundo, mostrando o quanto evoluiu o futebol venezuelano.
Mas, o ano de 2011 ficará marcado também pelo ressurgimento de times tradicionais que haviam sumido do cenário mundial, mas hoje já voltam a figurar com destaque, como Feyenoord, que revitalizou seu futebol apostando em jovens jogadores, mesmo que emprestados, Sporting, que aposta em um novo modelo de gestão esportiva e o querido Santa Cruz, que se livra do calvário da quarta divisão e teve todo o fanatismo de sua torcida reconhecido até na Espanha.
E para encerrar o ano com chave de ouro, nada melhor que falar do Barcelona. O time que encantou o mundo ganhou tudo no ano e mostrou para os torcedores a essência do futebol arte. Em todos os jogos mostrava um toque de bola envolvente e até certo ponto irritante. Até nas horas mais difíceis, quando se esperava a derrota, sempre surgia um Xavi, um Iniesta, um Villa, um Fábregas ou um Messi para dar a vitória ao time catalão. Hoje, o jeito de jogar do time blaugrana é referência mundial e deixam o time como um dos melhores da história. Se tantos outros times fantásticos eu não pude ver jogar, esse eu posso me gabar que tive o prazer de ver brilhar em campo.
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