Michel Platini foi um excepcional jogar. Conseguiu colocar a França no mapa do futebol mundial, na Copa do Mundo de 1986, mas especialmente com a taça da Eurocopa de 1984 e levou a Juventus a uma inédita conquista, a Taça dos Campeões (a atual Champions League), em 1984-85. Tudo isso quando tudo os campeonatos eram mais equilibrado e ao mesmo tempo mais difícil. A Taça dos Campeões era disputada somente por campeões (!) e em formato mata-mata e o campeonato europeu de seleções contava com apenas oito equipes.
Depois de aposentado e exercido a função de embaixador da Copa do Mundo de 1998, incorporou a política até assumir o posto que tanto almejou, a presidência da Uefa. No comando, deu espaço aos pequenos países europeus. Países que antes lutavam por uma vaga, hoje conseguem vaga direta na maior competição entre clubes. Sem contar que os cruzamentos favorece países de menor expressão futebolística à outros classificados das ligas mais fortes. (O campeão dinamarquês, por exemplo, consegue fugir do quarto colocado de Espanha ou Inglaterra, para enfrentar um campeão tcheco)
Aumento de times, modernização e padronização da competição e espaço à países menores deu notoriedade ao francês que ainda sonha em presidir a Fifa. Porém, Platini não se contenta. Suas próximas metas são aumentar ainda mais a Eurocopa (que já havia sido aumentada para 16 times, antes dele assumir o comando da Uefa) e extinguir a Europa League para aumentar a Champions League. Mas até que ponto isso é bom para o futebol?
Muitos já perceberam que após suas primeiras mudanças na competição de clubes, a primeira fase praticamente não tem disputa. Raramente algum clube pequeno consegue surpreender ou algum grande tem a proeza de ficar fora antes dos playoffs. Mesmo exemplo segue à Europa League onde dificilmente um clube de expressão leva a sério a competição antes das quartas de finais e preferem fazer testes e apostas à desgastar seus jogadores para um duelo na liga nacional.
Por isso mesmo a ideia de Platini em acabar com a segunda principal competição de clubes. A intenção é unir os dois campeonatos em um só, deixando a Champions League com 64 clubes e gerando mais interesse por parte dos clubes, mas que corre o risco de deixar ainda mais fraca a competição que tem tanto prestígio.
Na mesma linha segue a Eurocopa. Se com 16 seleções, ainda há quem consiga dar vexame, imaginem com 24 países na disputa. Se você imaginava que nada mais chato que ver a Grécia jogar a Euro, espere que em 2016 você poderá estar vendo alguma Eslováquia ou Lituânia nesse meio.
Claro que não desmereço nenhuma seleção e muito menos nenhum time de países como Eslovênia, Hungria ou Sérvia, mas eles estão longe de fazer frente com Manchester United, Barcelona ou Juventus. Se são campeões nacionais, merecem seu espaço, até ai toda a razão, mas inchar a competição de vices e terceiros colocados, já foge do ideal.
Os frutos financeiros é bem capaz que melhorem, mas e a qualidade do futebol e o espetáculo para o público será tão bom quanto é hoje?
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