Com todo gás

Nada como uma poderosa empresa pra investir em um time de futebol. Desde 2005 no comando do Zenit, a Gazprom elevou o patamar do clube de São Petesburgo tornando-o uma potência russa, mas parece que agora a intenção é fazer do time azul e branco um dos maiores da Europa. Se em território nacional o time reina sem problemas, mesmo com ascensões de Rubin Kazan, Anzhi e das antigas forças Lokomotiv e Spartak, nas competições europeias o time até consegue ir bem, mas sucumbe até para times de menor poder como Benfica, Auxerre e Twente.

Para mudar esse roteiro de eliminações para times que não sejam potências, os donos não poupam investimentos. Além dos russos, o primeiro a chegar foi Danny,que chegou em 2008 do Dínamo Moscou pela bagatela de 20 milhões de euros, uma das maiores contratações do futebol russo naquele momento. Depois dele vieram o conterrâneo Bruno Alves, Criscito e Kerzhakov. Mas ainda era pouco. 

Porém, nos últimos dias da janela de transferências russa, o Zenit se colocou como ao menos um grande desafio aos gigantes na Champions League. Em apenas um dia gastou 100 milhões de euros com Hulk e Witsel. O brasileiro saiu pela bagatela de 60 milhões sendo a sétima maior transação da história do futebol.

Mas e daqui para frente, onde o Zenit pode chegar? Se já era soberano em território nacional, agora se candidata a começar uma hegemonia. Na Champions, se o apontei como favorito no grupo, mesmo tendo o Milan como protagonista, agora ainda mais os russos se consolidam. Na fase seguinte tudo dependerá do seu adversário, mas se conseguir a primeira posição, a tendência é enfrentar um adversário mais fraco, como por exemplo um Dínamo de Kiev, um Schalke, um Arsenal, um Valência, um Galatasaray ou até um rival como o Spartak Moscou, todos adversários acessíveis aos russos. Daí para frente tudo pode acontecer.

O time se encaminha para fazer frente com os principais times e para a Europa temer os timesclubes da antiga União Soviética novamente. O único que pode impedir o Zenit de conseguir isso é o fair play financeiro que começará a vigorar em breve. Se a Uefa implicar com algo, todo esse reinado que a Gazprom vem construindo em São Petersburgo ruirá.