07/11/2012

A alegria de ver o futebol em pé


Modelo de arquibancada que pretendem usar nos estádios ingleses

Desde a tragédia de Hillsborough, em 1989, na qual 96 pessoas morreram nas arquibancadas de um estádio super-lotado o “padrão” de torcer mudou, e radicalmente. Primeiro na Inglaterra, onde o hooliganismo também foi um fato importante, se espalhou pela Europa até ocupar estádios em todo mundo. As "bagunças" no estádio derM lugar à ordem e segurança. Os padrões Fifa obrigaram estádios antes imensos a reduzir sua capacidade, sempre com cadeiras como num teatro. 

A tradicional "geral" desapareceu. Aqui no Brasil, até mesmo a alegria sumiu tamanha a preocupação. Nada de bandeiras, nada de gritos, nada de faixas, nada de radinhos de pilha e nada de torcer em pé. Para alguns é muito mais cômodo e confortável, chegar no estádio com cinco minutos de antecedência e ter sua cadeira lhe esperando. Mas para outros, nada melhor que chegar mais de uma hora antes e torcer em pé, abraçado com um estranho.

Em alguns países, a tradição de torcer em pé começa a recuperar seu espaço. Na Alemanha é onde mais se vê. Todos os estádios tem seu espaço para o torcedor passar os noventa minutos pulando e cantando. Porém, em jogos da Uefa é obrigatório o uso das cadeiras. Holanda, França e Itália também deixam alguns lugares para os mais fanáticos, que geralmente é atrás dos gols.

Contudo, na Inglaterra, ver jogo é só sentado. Tentando mudar isso, uma associação dos torcedores (Football Suports Trust) planeja meios de recuperar  a tradição de torcer em pé. A arquibancada proposta é semelhante à usada na Alemanha, com assentos dobráveis para os jogos das competições internacionais. Em princípio, a proposta viria de maneira teste, em um pequeno setor do estádio e, se consolidando, voltaria a fazer parte da cultura do futebol inglês.

E se até na Inglaterra, onde as regras imperam, eles cogitam a fazer testes para voltar a alegrar o torcedor, porque não fazer o mesmo aqui. Fazer voltar as bandeiras, as charangas, o carnaval nas arquibancadas voltarem a animar o futebol brasileiro, que hoje não aceita nem provocação pacífica. Mas antes, temos que tomar a atitude que os ingleses aplicaram há mais de 20 anos, que é penalizar os marginais e não quem vai para um jogo se divertir.

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