21/01/2013

Copa Africana de Zebras

O grande palco para que seleções possam passar de meras coadjuvantes à protagonistas é, sem dúvida, a Copa Africana de Nações. Se não, como explicar o Egito, maior vencedor da competição com sete títulos (sendo tricampeão em 2006, 2008 e 2010), ter participado de apenas dois mundiais, sendo o último o de 1990, na Itália? Como explicar Ghana, que ganhou destaque internacional nos últimos oito anos, com bons jogadores, tornando-se potência futebolística africana ter vencido sua última CAN em 1982?

O cenário é mais que propício. O continente das savanas, sempre credenciam suas zebras nas edições da CAN. Mas a mística que envolve a Copa Africana é tão grande que nem mesmo quando um time é campeão significa sucesso futuro, pois o mesmo dificilmente se classifica para a Copa do Mundo seguinte. Apenas o Zaire (atual Rep. Dem. Congo), em 1974, Nigéria, em 1994 e Camarões, em 2002 conseguiram o feito de vencer a competição africana e classificar-se, logo em seguida para o Mundial.

Há ainda notáveis feitos, também aparecem como zebras, casos do primeiro título da Costa do Marfim, em 1992, em cima da badalada seleção ganesa, que contava com Abedi Pelé, ou o título do Sudão, em 1970 e do Congo, em 1972, além do incrível feito de Zâmbia, na última edição.

Pompa, camisa ou tradição, nada disso pode ser levado a sério na CAN. A edição de 2013 já mostrou que terá surpresas. A anfitriã África do Sul empatou com a seleção de Cabo Verde, um time que fez a verdadeira "vaquinha", entre empresários locais, apoio federal e dos apaixonados pelo futebol, para disputar a competição ou a Etiópia, com um dos piores índices de desenvolvimento humano conseguindo um empate heroico, com um jogador a menos, ante a atual campeã, Zâmbia. Mali pode não ter um grande time, mas tem jogadores de renome, como Keita e só venceu a desconhecida Niger por míseros um a zero.

Vale lembrar que o campeão dessa edição se classifica para a Copa das Confederações. Embora o histórico não seja favorável com os campeões, é sempre bom abrir o olho, afinal chegariam no Brasil com o papel que mais estão acostumados, o de zebra.

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