08/01/2013

Imagina a festa


Como é bom ver futebol, ainda mais quando podemos ver histórias emocionantes e sensacionais. Acompanhar a trajetória do Bradford na Copa da Liga e do Luton Town, e todo o carisma de seu estádio na Copa da Inglaterra nos da a certeza de que nem só de craques como Messi e Cristiano Ronaldo vive o futebol. Jogadores que a alguns anos atrás nem sonhavam em jogar futebol profissionalmente, outros que ainda nem são profissionais somados à aqueles que tem, talvez, a última oportunidade da carreira de obter seus 15 minutos de fama contra astros consagrados ou pelo menos jogadores que tem algum destaque.

O melhor de tudo é ver que nem sempre o melhor vence. Quem poderia apostar no Bradford a um passo da final da Copa da Inglaterra. Imagem a felicidade não só dos torcedores quanto dos jogadores, acostumados com o marasmo das divisões inferiores. Jogar a final em Wembley será o auge da carreira de muitos e o prêmio de consolação de uma eventual derrota pode ser o sonho de jogar uma competição europeia (caso o Chelsea avance à final e se garanta na Champions League no campeonato inglês). Imaginem como não estão se sentindo. Pisar no gramado agora é um deleite.

E isso só acontece porque a FA abre espaço para TODOS. E não é só na Inglaterra. Veja os exemplos do Epinal (da terceira divisão), que eliminou o Lyon, na França ou do Arras (um semi-profissional da quinta divisão) que endureceu o jogo do milionário PSG. Diferente daqui do Brasil, onde a Copa nacional só é tratada com devido merecimento na fase final. Com número restrito de equipes, onde nem mesmo os principais clubes jogam a Copa do Brasil é, talvez uma das competições mais decepcionantes. 

Imaginem uma competição aberta à todos os times aqui do Brasil? Nem que não sejam todos, mas assim como fazem na Copa São Paulo de Futebol Júnior, teríamos os mais diversos times, desde aqueles que nunca ouvimos falar. Seria até uma ocupação para quem passa cinco, seis ou sete meses do ano sem um campeonato para disputar.

Já vimos Paulista e Santo André como campeões e o Brasiliense como uma grande surpresa, mas muito mais poderia aparecer caso tivéssemos uma Copa para todos. Imagina a festa dos campos com menos de 10 mil pessoas, sem o papo furado de mandar o jogo em um estádio maior, recebendo um Corinthians ou um Flamengo, dos times que mal conseguem jogar uma primeira divisão estadual e de seus torcedores que esperariam o ano para poder acompanhar a equipe em uma competição que pode te dar destaque em pouco tempo. Imagina como não seria a festa.

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