07/02/2013

Jogando sem o 10


A falta dos verdadeiros meias de ligação no futebol brasileiro não é exclusividade de um time ou outro. Dentre os principais times do país, é possível contar nos dedos qual time tem o legítimo camisa 10. Podemos citar o Inter, com D'Alessandro, o Santos, com Montillo, o Coritiba, com Alex, o Fluminense, com Deco e até mesmo o São Paulo, com Ganso, mas é só. Os outros times, inclusive o Corinthians, campeão mundial, jogam sem o "maestro". No Palmeiras, Valdívia é quem, na teoria, teria esse papel, mas as seguidas lesões prejudicam o chileno e principalmente o Palmeiras. A tentativa por Riquelme foi a clara tentativa de resolver o problema. Mas, já que o argentino não veio, o jeito é se virar sem um clássico armador.

Aprender a jogar sem um meia armador é a solução mais fácil e barata para as equipes. Grandes times conseguem se virar bem sem armador, claro dependendo das qualidades de outros jogadores. Citar o Barcelona é fácil, mas há bons times aqui mesmo no Brasil que sabem ter um belo estilo de jogo sem precisar de apenas um homem para armar. O Grêmio é um exemplo. Apesar de Zé Roberto usar a camisa mística não joga apenas municiando os atacantes. No Corinthians, Danilo exerce função parecida com as de Zé Roberto, encaixando com o estilo dos outros jogadores, dando o resultado que todos sabem.

Jogar com o camisa 10 necessita de toda uma estrutura do time para que ambos funcionem. No Palmeiras, o jogo ante o XV de Piracicaba foi a prova. Além dos três atacante que pouco marcavam, Valdívia não ajudava. A lesão do Mago, ao mesmo tempo que gera preocupação, pode ter sido um alento à Kleina, como pode se ver no jogo desta quinta, ante o Atlético Sorocaba. Sem o Mago e com Patrick Vieira, o time perde na criação, é claro, mas ganha no poderio de marcação. Tá certo que ainda houve a inclusão de João Denoni, diferente do jogo em Piracicaba, mas, ainda assim o time atacou tanto quanto ou atá mais e não sofreu na defesa.

Sem Valdívia, Kleina pode armar o time de diversas maneiras, seja com um, dois ou até três atacante. A chegada de Kléber pode até mesmo suprir a carência do Mago, com Barcos vindo buscar um pouco mais a bola. Charles também facilita o trabalho do treinador, já que o ex-cruzeirense tem (ou pelo menos tinha) mais qualidade para avançar do que Márcio Araújo, Wesley ou Patrick Vieira. Para uma Libertadores, aumentar a marcação tendo qualidade para avançar pode ser a chave do sucesso. 

Resta saber quando o Mago voltar. Tido como intocável pelo que já apresentou, será preciso muito "peito" e convicção de Kleina para deixar o camisa 10 no banco. Ou então, encontrar um esquema que Valdívia seja o cara do meio campo, sem perder poderio defensivo.

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